São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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FHC usa reeleição para atrair capitais

Mineração é área de interesse canadense

LUCAS FIGUEIREDO
ENVIADO ESPECIAL A OTTAWA (CANADÁ)

A reeleição já é um dos principais itens da pauta do périplo internacional do presidente Fernando Henrique Cardoso em busca de investimentos no Brasil. O tema será um dos pontos principais da viagem que o presidente inicia amanhã ao Canadá.
A Folha apurou que FHC e o primeiro-ministro canadense, Jean Chrétien, irão discutir o assunto, dentro da perspectiva de aumento de fluxo de investimentos canadenses para o Brasil, nos próximos cinco anos, nas áreas de mineração e telecomunicações.
FHC dirá que pretende concorrer, em 98, à reeleição, com chances. O mesmo será dito por Chrétien, que também tentará ser reconduzido ao cargo nas próximas eleições, que deverão ser convocadas para junho.
Desde que tomou posse em 93, Chrétien tem estimulado o aprofundamento das relações comerciais com o Brasil. Agora, quer ter segurança de que o país vai continuar sob a mesma orientação econômica antes de liderar nova onda de investimentos para o país.
"O primeiro-ministro estabeleceu que a América Latina seria uma de suas prioridades. E o Brasil é o mais importante mercado da região", afirma a embaixadora do Canadá no Brasil, Nancy Stiles.
Como prova desse interesse, Chrétien pretende acertar com o presidente Fernando Henrique as bases para um futuro acordo-quadro de livre comércio entre o Canadá e o Mercosul (Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai).
Um dos principais alvos das investidas canadenses no Brasil tem sido a mineração. Com o aprofundamento da abertura promovida por FHC, os empresários do Canadá ensaiam mandar uma enxurrada de dólares para conseguir uma posição estratégia nesse setor.
"Tenho certeza que os investimentos no Brasil na mineração vão explodir como ocorreu no Chile. A possibilidade é que sejam ainda maiores, já que o Brasil é muito maior que o Chile", diz a embaixadora canadense.
A comparação com o Chile é proposital. O país andino, precursor da abertura econômica na América Latina, já recebeu US$ 8 bilhões de investimentos canadenses, enquanto que o Brasil levou até hoje US$ 3 bilhões.

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