São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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Um em cada nove usa droga no Estado

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A pesquisa realizada pelo Diap sobre o consumo de drogas no Estado apontou também que, em média, 1 em cada 9 habitantes usa frequentemente maconha, cocaína ou crack.
Isso representa um universo estimado em cerca de 4 milhões de pessoas no Estado usuárias/dependentes de drogas.
Segundo a pesquisa, a idade do dependente varia de 12 a 40 anos.
"Esse número certamente deve ser maior", afirma Godofredo Bittecourt, da Divisão de Inteligência e Apoio Policial do Denarc.
Sua afirmação é baseada no fato de que os dependentes de drogas legais (como as anfetaminas ou calmantes, por exemplo) não estão incluídos na estatística.
O Denarc não tem estimativa de quanto dinheiro o tráfico movimenta no Estado.
"Não temos controle nenhum sobre o tráfico de drogas legais em São Paulo", diz o diretor.
No ano passado, a Polícia Civil paulista apreendeu apenas 60 cápsulas de dietilpropiona.
Trata-se de uma das anfetaminas mais usadas por dependentes químicos. Só pode ser comprada mediante receita e tem a venda controlada pelo governo.
A dietilpropiona é utilizada em remédios para emagrecer e provoca sensações de euforia e ansiedade, semelhantes à cocaína.
Assim como a cocaína e o crack, a substância também pode causar a morte do dependente, por parada cardíaca ou mesmo colapso do sistema nervoso central.
Estatísticas
O Denarc estima que não mais que 10% das drogas que chegam à capital e Grande São Paulo são apreendidas pela polícia (veja quadros ao lado com dados de apreensão e pontos de tráfico).
Segundo o Denarc, os traficantes já perceberam que é muito mais vantajoso receber cargas de pasta de coca do que receber a cocaína para produzir o crack.
"A pasta de coca quase não tem cheiro, além de ser mais barata do que o pó puro", diz o diretor do Diap. No mercado sul-americano, um quilo de cocaína pura é vendido por R$ 3.000. Um quilo de pasta custa R$ 1.500.
(RF)

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