São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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Novas leis e mercado facilitam aumento

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma portaria do Ministério da Justiça, mudanças no horário dos vigilantes e migração da indústria para o setor de serviços são apontados por uma escola de formação de vigilantes e uma empresa da área como as causas do crescimento do mercado de segurança.
A principal das mudanças, segundo representantes da Emforvigil, escola que forma vigilantes, guarda-costas e transportadores de valores, e da empresa Iron Segurança, ambas com sede em São Paulo, é a portaria 992/95 do Ministério da Justiça.
A portaria obriga grandes empresas, que possuíam segurança própria, a dar aos funcionários do setor os requisitos necessários por lei para desenvolverem a função.
O requisito que menciona a portaria é o curso para formação de vigilantes, que deve ter o reconhecimento da Polícia Federal, 120 horas/aula e mais 32 horas/aula de reciclagem há cada dois anos.
O curso tem aulas de defesa pessoal, armamento e tiro, primeiros socorros, prevenção e combate a incêndio, noções de direito penal, técnica operacional (abordagem) e relações humanas no trabalho.
Segundo José Tarcísio Carvalho Neves, diretor da Emforvigil, que atende média de 1.700 alunos por mês, empresas grandes como a Ford e o Carrefour, por exemplo, optaram por treinar os funcionários que dispunham para o setor.
Outras, segundo Sérgio Olímpio Gomes, da Iron Segurança, terceirizaram o serviço, também alavancando o crescimento do mercado.
Gomes também aponta o fim do turno de 12 horas, decidido no último dissídio coletivo da categoria dos vigilantes em conjunto com o sindicato patronal.
"As empresas tiveram que readequar seus turnos. Onde havia dois homens para cobrir um período de 24 horas, passamos a ter, pelo menos, três, criando novas vagas", explica.
Neves, da Emforvigil, cita também uma migração de trabalhadores da indústria para o setor de serviços, causado pelo desemprego nas fábricas.
"Entre os alunos que procuram o curso (que custa R$ 240 na Emforvigil) por conta própria, no intuito de aprender uma nova profissão, a grande maioria é oriunda da indústria."
Gomes, da Iron, menciona também o crescimento do mercado de segurança pessoal, os guarda-costas, que também necessitam de curso específico, com mais horas/aulas, mas as mesmas disciplinas do curso de vigilante.

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