São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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Bancos cobram cerca de 4% para a venda

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

A empresa de Edmon Rubies compra ações atreladas a telefone, mas ele mesmo confessa que é mais vantajoso negociar nos bancos conveniados pela Telesp.
Rubies revela que o custo para o cliente, na sua empresa, varia de 12% a 15% do valor das ações, contra 4% nos bancos. No mercado há empresas que cobram de 20% a 25%. No interior o deságio chega a 50% nesses negócios, afirma.
A justificativa de Rubies é que ele não passa os papéis para a frente de imediato e, por isso, fica com o risco de uma queda no mercado.
Outra diferença, diz, é que sua empresa paga na hora, em cheque, enquanto nos bancos o pagamento é efetuado em quatro dias úteis.
Dirigente de corretora de um dos bancos conveniados confirma que o custo para o cliente na venda dessas ações fica em torno de 4%, mas tendo por base uma média de 6.000 Telebrás. O prazo é mesmo de uns quatro dias.
O custo varia conforme o valor negociado e não pode ser considerado deságio, afirma o executivo, porque embutiria apenas taxas de corretagem, emolumentos etc.
Quanto maior o valor da transação, menor o percentual, e vice-versa, como ocorre normalmente no mercado, explica ele.
A operação foi desburocratizada após o convênio das estatais com os bancos: o cliente chega com nome e CPF e manda vender; o banco entra no terminal da Telebrás, checa se as cautelas não foram emitidas, faz o bloqueio e emite a ordem de venda; no dia seguinte as ações são vendidas, a Bolsa credita e o dinheiro cai na conta do cliente.
Se os certificados foram emitidos, o processo é bem mais moroso e burocrático. Leva de 10 a 12 dias. Ações com certificados emitidos também podem ser negociadas em corretoras credenciadas.
O titular das ações também pode guardá-las, à espera de maior valorização. No curto prazo não há perspectivas de forte alta para Telebrás, dizem os analistas. No longo prazo a Bolsa estará na dependência do desempenho macro do Plano Real, cercado de incertezas.
Mas as "teles" em geral continuam com um charme especial porque são as vedetes da privatização, o programa de realinhamento de tarifas foi mantido e a demanda reprimida por telefones é fantástica no país, avaliam eles.
(GJC)

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