São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Federações nanicas estimulam disputa
JOSÉ ALAN DIAS
Esse dinheiro permite, por exemplo, à Liga de Vôlei do Vale do Paraíba cumprir a sua finalidade: organizar campeonatos para os seus associados. A Ligavale, como é conhecida, tem sede itinerante. Hoje, funciona na casa do presidente, José Luiz de Brito, em Jacareí (68 km a leste de São Paulo). Para atender aos 22 associados, dispõe de um computador 486 DX, fax e impressora. "A liga existe devido ao custo baixo, o que permite clubes de cidades menores participarem. E tem a vantagem de a disputa ficar regionalizada. É mais atraente." Em geral, os clubes são, de alguma forma, subsidiados pelas prefeituras locais. Uma comparação: a inscrição de uma equipe no campeonato do interior pela Federação Paulista custa R$ 750,00. Na Associação Pró-Voleibol, que funciona em Porto Ferreira (230 km ao norte de São Paulo), a taxa é R$ 70,00 para uma ou duas equipes. "O campeonato da Federação Paulista é muito caro. Se nós quiséssemos disputar, ficaria difícil competir em todas as categorias", diz Osmar Volpi, o Piu, ex-jogador do Palmeiras na década de 70, hoje diretor de esportes em Américo Brasiliense. O clube local é filiado à Associação Pró-Voleibol. Nível técnico Embora mais caro, o campeonato mantido pela Federação Paulista reúne, em suas diversas categorias, a elite do vôlei no país. "Não discutimos o nível técnico. Claro que o deles é melhor. Mas a federação nunca fez nada pelos clubes menores. A gente foi atrás e conseguiu", afirma João Vicente Neto, presidente da Pró-Voleibol. Tal como nos torneios organizados pela federação, as disputas acolhem equipes desde as categorias de base até o adulto. Nas categorias maiores -juvenil e adulto-, os clubes mais "abastados" remuneram seus atletas. "O salário varia de R$ 100,00, no juvenil, até R$ 400,00, no adulto." A tendência de minimizar gastos é seguida também no que se refere à elaboração da tabela de jogos. Os jogos acontecem dentro de determinada região para facilitar o deslocamento das equipes. As ligas assumem também a responsabilidade do treinamento e escolha dos árbitros, em sua maioria professores de educação física. Em vez de cinco árbitros (principal, auxiliar, dois bandeirinhas e apontador) como na federação oficial, são usados apenas três. "Nós temos algumas equipes que disputam o nosso campeonato no início do ano como preparação para o da federação. Isso significa que o nível aqui também é forte", diz Vicente Neto. Legalidade Uma liga, seja de vôlei ou que reúna mais de um esporte, é reconhecida legalmente desde que tenha um estatuto e que este seja registrado em um Cartório de Registro Civil e de Documentos. Para a formação da liga, é necessário que pelo menos dois membros sejam devidamente registrados como entidades de prática esportiva, como, por exemplo, um clube ou uma associação atlética. Texto Anterior: Ducks, da Disney, são time mais popular Próximo Texto: Pinga é primeira patrocinadora Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |