São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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"As Tias" reforça humor na Globo

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de adiar a estréia por três semanas, a Globo apresenta nesta terça-feira o único programa inédito da safra de humor de 97: "As Tias do Mauro".
Baseado na peça "As Tias", de Mauro Rasi, o seriado retrata o cotidiano alucinado de um escritor carioca que hospeda quatro tias recém-chegadas de Bauru.
O formato segue os moldes de "Sai de Baixo": comédia de situação dividida em episódios com o mesmo elenco. A fórmula é inspirada em programas de sucesso na TV brasileira nos anos 60 e 70 -como "A Família Trapo" e "A Grande Família.
O formato já provou ser uma investida bem-sucedida nos EUA. Seriados como "Seinfeld", "Friends" e "The Single Guy" cumprem o papel que as novelas desempenham no Brasil e distraem os telespectadores norte-americanos em horário nobre (leia texto abaixo).
"A diferença é que, em 'As Tias do Mauro', a situação é apresentada do ponto de vista insólito de quatro senhoras do interior. A primeira coisa que elas pensariam ao visitar o Vaticano seria: 'como é que eles fazem para limpar tudo isso'", diz Mauro Rasi, 45, roteirista da série.
Para o papel do escritor foi escalado Murilo Benício, que encarnou o personagem no teatro. As atrizes Nair Belo, Berta Loran, Dirce Migliaccio e Carmem Verônica vivem as tias que infernizam a vida do sobrinho -uma de suas metas é casar o escritor com uma ex-namorada do colégio que toca acordeom.
"A minha performance na série de TV será um pouco diferente da que fiz no palco. Como tenho uma maior convivência com o Mauro Rasi agora, vou dar a cara dele ao protagonista. Imito o seu jeito e os seus trejeitos", conta Murilo Benício, 25.
O primeiro episódio, que vai ao ar às 21h40, mostra a chegada das tias ao Rio de Janeiro -incluindo as cenas do embarque na rodoviária de Bauru. "A tia Lola é a romântica da turma. Está sempre atrás de um fazendeiro rico. Ela não pode ver uma bota suja de barro", conta Berta Loran, que encarna a personagem.
Norma (Nair Belo) é do tipo "sargento" (sempre diz "marido bom é marido morto"), enquanto a atriz Carmem Verônica vive uma perua, na pela de tia Gladys. Já tia Hilda (Dirce Migliaccio) é uma intelectual frustrada. "Uma profissional qualificadíssima que ganha R$ 500 por mês", destaca Mauro.
Segundo o autor, a estréia do seriado foi adiada por motivos técnicos e estratégicos. "O primeiro episódio ficou maior do que o esperado e a Globo precisava de mais tempo para a reedição. Além disso, a emissora preferiu evitar soltar as novidades todas ao mesmo tempo."
Outro motivo teria sido a não aprovação do primeiro episódio por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Na época de lançamento da programação de 97, cogitou-se que "As Tias do Mauro" não estaria à altura do padrão global.

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