São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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FHC fica 'horrorizado' com caso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso ficou "horrorizado" com o crime cometido contra o índio Galdino dos Santos, segundo relato do governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque.
Buarque disse que telefonou ao presidente para colocá-lo a par das providências tomadas pelo governo do Distrito Federal.
"Estamos preocupados com a repercussão internacional do episódio", disse Buarque ao visitar a parada de ônibus onde Galdino foi atacado. O presidente inicia hoje sua viagem ao Canadá.
Segundo Buarque, o crime foi contra um pobre. "Isso faz parte do apartheid social brasileiro. A classe média começa a ter um sentimento de separação que exclui os pobres", afirmou.
O governador disse que pretende "fazer tudo" para que o grupo responsável pelo crime -que chamou de "marginais que envergonham Brasília"- seja punido.
"Recebemos a notícia com ira, que não é um bom sentimento. Esse episódio envergonha a população brasileira", disse o ministro interino da Justiça, Milton Seligman. Ele disse que vai entrar em contato com o Ministério Público para que o inquérito tramite o mais rápido possível.
Seligman visitou Galdino e conversou com parentes na porta do hospital. Às 14h, início do horário de visita, os cerca de 15 índios foram impedidos de entrar na emergência. A entrada foi depois liberada pelo diretor do hospital, Carlos Saraiva e Saraiva.

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