São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997 |
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Filme faz feminismo ao contrário
MARILENE FELINTO
Com nomes como os de Bette Midler, Diane Keaton e Goldie Hawn, o diretor Hugh Wilson não teve trabalho para garantir a qualidade das interpretações. Midler é Brenda, uma judia divorciada, com complexo de gordura e mãe de um filho. Keaton é a insegura Annie, mãe de uma filha lésbica e cujo marido a trocou pela psicoterapeuta do casal. Goldie Hawn é a atriz Elise, obcecada por sua beleza e condição física. Essas três quarentonas -que se acham injustiçadas pelos maridos, que as teriam trocado por mulheres mais jovens- se juntam para fundar uma espécie de clube de ajuda a mulheres separadas. A meta é recuperar a auto-estima e "fazer justiça" contra os ex-maridos. Passam a investigar a vida deles, em busca de irregularidades que possam abalar-lhes a reputação ou a situação financeira. Nesse sentido, o filme é meio anti-homem, ainda que as "desquitadas" arrumem argumentos para justificar sua empreitada. Mas não se trata de um filme panfletário -ainda que pesem as participações especiais da feminista Gloria Steinem e de Ivana Trump, ex-mulher do milionário americano Donald Trump. Só que a mensagem da história faz feminismo ao contrário. Ainda fixadas nos ex-casamentos e nos ex-maridos, as mulheres só relevam sua dependência, a demora para seguirem seu próprio rumo e suportarem sua inegável solidão. Filme: O Clube das Desquitadas Produção: EUA, 1996 Direção: Hugh Wilson Com: Bette Midler, Diane Keaton, Goldie Hawn Lançamento: CIC Vídeo (011/816-0852) Texto Anterior: 'Preço' é ruidosamente a favor do aborto legal Próximo Texto: Jack Índice |
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