São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Chuvas matam 1 e deixam 500 desabrigados em Fortaleza

Houve pane elétrica e telefônica e o aeroporto ficou fechado

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Uma chuva que atinge Fortaleza desde a 0h15 de ontem provocou a morte de uma pessoa e deixou outras 500 desabrigadas. Até as 15h de ontem, choveu tanto quanto o equivalente a 23 dias no mês de abril.
Segundo a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia), essa é a maior chuva ocorrida em Fortaleza desde 1977.
A média mensal de precipitações na cidade, em meses de abril, é de 350 milímetros. Durante 14 horas e 45 minutos, a intensidade da chuva foi de 270 milímetros.
A direção da Funceme afirmou que as chuvas ocorreram em consequência de uma concentração de nuvens que se formou a partir do oceano Atlântico. A previsão é de que continue chovendo com menor intensidade hoje.
As precipitações foram mais fortes durante o período da madrugada. O Corpo de Bombeiros registrou pelo menos 35 áreas de alagamentos espalhados em todas as regiões da cidade.
Os canais que atravessam as avenidas Aguanambi e do Canal (zona oeste) transbordaram, levando os carros que trafegavam nelas. Francisco José dos Santos morreu afogado num bueiro do bairro Ellery (zona oeste).
As chuvas provocaram também uma pane no sistema telefônico de Fortaleza, deixando pelo menos 2.000 terminais de telefones convencionais e três centrais de telefonia celular desativados.
O aeroporto Pinto Martins suspendeu todos as atividades até as 12h12, desviando a rota dos vôos para Recife e Teresina. As decolagens também foram suspensas.
Durante todo o dia, o comando do Corpo de Bombeiros alertou a população para evitar sair de casa. O bairro mais atingido pelo alagamento foi o Parque São Miguel, com 150 desabrigados.
O presidente da seção cearense do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Joaquim Cartaxo, disse que a destruição de lagoas e dunas e o excesso de ruas asfaltadas dificultam o escoamento das águas e aumentam o impacto das chuvas.

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