São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Bolsa sobe 0,8% e ignora cenário externo

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem com alta de 0,77%. A principal explicação para o desempenho foi o fato de o CMN (Conselho Monetário Nacional) não ter adotado nenhuma medida de contenção do consumo, indo contra a expectativa da maioria dos investidores.
O mercado dava como certo a restrição ao financiamento de automóveis e produtos eletroeletrônicos. Para muitos, no entanto, o freio da demanda é questão de tempo, ainda que a saída não venha com o corte dos prazos.
O cenário externo nebuloso -com os juros norte-americanos em alta e o dólar valorizado- reforça a idéia de que será preciso reduzir o ritmo de crescimento para evitar que as contas externas se deteriorem ainda mais.
Nova York
A Bolsa de Valores de Nova York chegou a subir mais de 75 pontos na primeira hora do pregão de ontem por causa da divulgação do bom resultado da IBM no primeiro trimestre, que lucrou US$ 1,2 bilhão no período.
As cotações, no entanto, não se sustentaram e o Dow Jones encerrou o dia com queda de 0,30%, a 6.792 pontos.
O recuo das cotações foi provocado pelo aumento do rendimento dos títulos de 30 anos da dívida norte-americana, que chegou a pagar 7,13% ao ano, contra 7,085% no dia anterior.
O que causou a alta dos juros e a queda das cotações foi a divulgação do número de pedidos de auxílio-desemprego da semana passada, que apresentou queda com relação à semana anterior.
Apesar de não ter a mesma importância que o índice de preços ao consumidor -o principal termômetro para o Fed, o banco central dos EUA-, o indicador reforça a tese de aquecimento excessivo da economia norte-americana.
Com isso cresce a possibilidade de nova rodada de alta das taxas básicas de juros para evitar um possível repique da taxa de inflação.
Alguns analistas estimam que os juros básicos norte-americanos, que por sua vez servem de parâmetro para os juros brasileiros, podem aumentar ainda um ponto percentual até o final do ano. Assim, passariam dos 5,25% ao ano para 6,25%, até dezembro.

E-mail: mercado@uol.com.br

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