São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Morte de juiz deve ser investigada

DO ENVIADO ESPECIAL

O Colégio dos Advogados de Lima (CAL) abriu uma polêmica ao pedir investigação sobre a forma com que o refém Carlos Giusti Acuña, juiz da Corte Suprema do Peru, morreu.
"Ele era um opositor da forma pela qual Alberto Fujimori invade o espaço do Judiciário. Giusti levou um tiro na artéria femoral e morreu devido à hemorragia. Não seria possível estancar o sangramento?", disse à Folha Vladimir Paz de la Barra, o decano do CAL.
O governo não comentou a afirmação de Paz de la Barra, mas, já na véspera, informações extra-oficiais citadas pela agência de notícias "UPI" diziam que o juiz não recebera cuidado de emergência no momento da operação.
Carreira
O juiz Giusti Acuña foi presidente do órgão de controle interno da magistratura e por duas vezes disputou a presidência da Corte Suprema peruana.
Eles estava entre os juízes daquele tribunal que se opõem às posições do governo em vários processos judiciais e teve uma atuação contrária ao grupo paramilitar Colina, que é acusado de diversos crimes supostamente ordenados pelo serviço secreto peruano.
O corpo do juiz foi sepultado ontem, após uma cerimônia do Palácio de Justiça. A família dele recebera os pêsames de Fujimori na noite de anteontem. O presidente da Suprema Corte, Victor Castillo, declarou luto judicial, suspendendo as audiências dos tribunais.

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