| São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997 |
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17% dos formandos faltaram ou entregaram a prova em branco
DANIELA FALCÃO
No início do ano, o MEC havia comemorado o baixo índice de adesão ao boicote, divulgando dados de que só 6,4% dos alunos haviam faltado ao exame e 3,88%, entregado a prova totalmente em branco (sem responder nem ao questionário socioeconômico). Entretanto, se forem considerados também os alunos que deixaram as questões de múltipla escolha e as dissertativas em branco, o número de adesões ao boicote sobe. Esses dados só foram divulgados ontem. O boicote chegou a inviabilizar a avaliação dos cursos em alguns Estados -como Rio e Alagoas- e criou distorções. No Rio, 24 cursos de administração não puderam ser avaliados porque houve tumulto no local do exame. Esses cursos terminaram ficando sem conceito. Em engenharia civil, nove faculdades do Rio deixaram de ser avaliadas pelo mesmo motivo -entre elas a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e PUC (Pontifícia Universidade Católica). Em Alagoas a situação foi pior: nenhum formando de engenharia civil respondeu às questões. Só 16% dos graduandos de direito e 15% dos de administração preencheram a prova. O boicote criou algumas distorções. Em engenharia civil, boa parte das federais ficou com conceito E por causa da grande porcentagem de provas em branco. Instituições que têm qualidade de ensino inferior terminaram recebendo A. Em São Paulo, os cursos de engenharia civil da Escola Politécnica da USP e da Unicamp tiveram E. Na Unicamp, só 1 dos 33 alunos presentes respondeu à prova. Na USP, 70 dos 104 presentes não fizeram as questões dissertativas e também levaram zero. O ministro Paulo Renato Souza (Educação) não acha que o boicote tenha prejudicado a avaliação. "O boicote se restringiu a um número muito pequeno de alunos e de faculdades. O processo de avaliação não está nada comprometido." Texto Anterior: Faculdade investe em informática Próximo Texto: Ausência de 66,7% abaixa nota da Poli Índice |
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