São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Federais do Nordeste superam escola tradicional de São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA EM ARACAJU; DA AGÊNCIA FOLHA EM FORTALEZA

Engenharia do Mackenzie obteve média B; Ceará e Sergipe, nota A
Agência Folha, em Fortaleza
Qual o melhor lugar para um caçador de talentos procurar engenheiros civis recém-formados: uma tradicional universidade de São Paulo, uma universidade paulista recentemente criada ou universidades federais nordestinas?
A julgar pelos resultados do provão, o empregador encontrará engenheiros mais bem preparados nas universidades federais nordestinas, como as do Ceará e de Sergipe, que tiveram nota A.
Já em São Paulo, os 101 anos de experiência em ensino de engenharia civil da Universidade Mackenzie não foram suficientes para diferenciar a escola da Universidade São Judas Tadeu, que só formou duas turmas de engenheiros: nota B para ambas.
É importante salientar que nenhuma das quatro escolas acredita que tenha sido prejudicada pelo boicote contra o provão.
Para as duas universidades nordestinas entrevistadas, o resultado não é uma novidade.
"Nós temos formado bons profissionais, mas o preconceito contra os nortistas e nordestinos é muito forte", diz a professora Lilian Cunha Góes, decana do curso de engenharia civil da Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju.
Para ela, há discriminação no Sul e Sudeste do país em relação aos cursos do Norte e Nordeste.
Marcel Mendes, diretor da Escola de Engenharia Mackenzie, pertencente à universidade de mesmo nome, acha que o provão deixa de avaliar inúmeros itens importantes dentro de um curso. Apesar disso, ele é a favor da avaliação.
Mendes falou à Folha anteontem, antes da divulgação do resultado do provão. "Estou esperançoso que nossa posição seja positiva. Dentro da média, mas não um fiasco."
Mercado
Na UFC, boa parte optou pela carreira acadêmica. Dos 26 alunos formados no ano passado, oito estão fazendo hoje mestrado em universidades do eixo Rio-São Paulo.
O vice-coordenador do curso, Ricardo Carvalho, diz que a UFC mantém convênio com empresas e entidades governamentais e oferece, por ano, 80 estágios.

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