São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Empresa de consultoria de MG fez acordo com os americanos

DA SUCURSAL DO RIO

O documento da McCaw International, cuja cópia se encontra em poder do Ministério das Comunicações, traz uma curiosa revelação: a LMP Consultoria e Representações -que foi pivô de uma crise entre o ex-presidente Itamar Franco e o atual governo no início de 1995- está entre as empresas que fizeram acordo com os norte-americanos.
A LMP, cuja sigla corresponde às iniciais do mineiro Luiz Mário Pádua, ganhou notoriedade em fevereiro de 95, quando a Folha revelou o festival de concessões (349 outorgas) que marcou os últimos cinco dias do governo Itamar.
Entre os beneficiados estava Luiz Mário Pádua, que por vários anos assessorou o ex-governador José Aparecido de Oliveira, amigo de Itamar e de seu então ministro das Comunicações, Djalma Morais.
Como a notícia desencadeou uma crise entre o grupo político ligado a Itamar Franco e o Palácio do Planalto, Luiz Mário decidiu devolver as concessões que havia recebido.
Passada a crise, Pádua mandou uma nova carta ao ministério afirmando que havia desistido apenas das concessões que recebera na última semana do governo e que não estava devolvendo as permissões para "trunking" que obtivera em setembro de 94.
Ele havia obtido concessões para explorar o serviço de "trunking" em Belo Horizonte, Rio, Campinas, Goiânia, São José dos Campos, Brasília, Juiz de Fora, Santos, São Vicente, Guarujá, Ribeirão Preto, Uberlândia e Uberaba.
O documento da McCaw mostra que o ministério atendeu ao pedido de Pádua. Um ano depois do episódio, os norte-americanos pagaram US$ 900 mil por 49% das ações da LMP.
Em tempo: a LMP Consultoria e Participações foi registrada em Belo Horizonte, em maio de 94, com capital equivalente a R$ 3.000,00.

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