São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997 |
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BC prevê déficit de US$ 34 bi em 1997
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O Banco Central mudou a estimativa de déficit externo de US$ 30 bilhões para US$ 34 bilhões em 97. Isso significa um crescimento de 39,9% em relação ao resultado de 96 (US$ 24,3 bilhões).Esse déficit é medido pelo critério chamado de transações correntes, o indicador mais importante das contas externas. Por ele se mede a dependência do país em relação à entrada de investimentos externos (dinheiro aplicado com objetivo de obter lucro). As transações correntes incluem as contas da balança comercial (diferença entre exportações e importações), balança de serviços (seguros, viagens internacionais, lucros, juros e outros) e as transferências unilaterais. As transferências unilaterais são as entradas e saídas de divisas que resultam de operações como envio de recursos para o exterior por imigrantes e manutenção de embaixadas e serviços consulares. A deterioração das contas externas preocupa o governo. Como não se pretende promover uma maxidesvalorização do real em relação ao dólar, a estratégia é adotar medidas que possam reduzir o déficit em transações correntes. Importações No mês passado, o Banco Central restringiu o prazo de financiamento às importações. A Folha apurou que o BC esperava que isso reduzisse em até R$ 5 bilhões as compras externas em 1997. Esse cenário mudou. A nova estimativa da equipe econômica é que essa redução no prazo de financiamento possa diminuir em, no máximo, US$ 3 bilhões as importações deste ano. "Eu acho que o déficit em transações correntes que não pode ser financiado, em qualquer país, é perigoso. É uma preocupação óbvia que se deve ter", disse o presidente do BC, Gustavo Loyola. A decisão do Federal Reserve (banco central norte-americano) de aumentar as taxas de juros é mais um componente que influencia a entrada de capital estrangeiro no Brasil -os investidores tendem a procurar os juros maiores. O BC espera que haja nova elevação das taxas internacionais pelo Federal Reserve em maio. Texto Anterior: Vestuário pressiona e inflação sobe em SP Próximo Texto: Parcela da dívida reduz reservas do país Índice |
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