São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Mortas duas israelenses a facadas

Polícia suspeita de palestinos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Duas jovens israelenses foram encontradas mortas a facadas em uma reserva ambiental nos arredores de Jerusalém, provavelmente vítimas, segundo a polícia de Israel, de ativistas palestinos.
Uma das moças, já identificada, tinha 20 anos e morava em um assentamento judaico nos arredores. Sua identidade não foi revelada.
A principal razão que leva Israel a crer em ação terrorista é política: a onda de violência desencadeada pela construção de um novo assentamento judaico em Jerusalém oriental, área reivindicada pelos palestinos. Não houve reação imediata das autoridades palestinas.
O crime aconteceu em área sob controle militar israelense, o vale de Wadi Kelt, que fica entre Jerusalém e Jericó (a primeira cidade da Cisjordânia a passar para a jurisdição palestina). Wadi Kelt é uma importante área turística da Cisjordânia, local de antigos monastérios cristãos.
Em outubro de 1993, dois israelenses foram mortos por ativistas palestinos naquele local. Em julho de 1995, fato semelhante se repetiu, também com dois mortos.
"O mais provável é que estejamos falando de um ataque terrorista, mas não descartamos outras possibilidades", disse Yossi Sidbon, chefe da polícia israelense na Cisjordânia.
As meninas estavam mortas havia cerca de dois dias quando foram encontradas. Segundo a polícia, os corpos foram jogados em um curso de água, em uma tentativa de ocultá-los. A agência de notícias "France Presse" citou, sem confirmar, informação de que pelo menos uma delas teria sido violentada sexualmente.
Diplomacia
A construção do assentamento de Har Homa (chamado de Jabal Abu Ghneim pelos árabes) foi condenada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, ontem.
Uma resolução daquele órgão, que reúne todos os países membros, pediu que Israel pare de construir as 6.500 casas e interrompa a assistência a "atividades ilegais" nos territórios ocupados.
O pedido foi aprovado por 134 votos a favor, 3 contra e 11 abstenções. Votaram contra EUA, Micronésia e, evidentemente, Israel. Entre os que se abstiveram está a Alemanha, que dessa forma mostrou divergências quanto ao assunto dentro da União Européia.
Os EUA já haviam vetado resolução semelhante no Conselho de Segurança, considerada a instância mais importante da ONU. Na Assembléia Geral, entretanto, nenhum país tem poder de veto.

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