São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Senado aprova fim de armas químicas

Clinton consegue apoio da oposição

DE WASHINGTON

Com a aprovação do Senado por 74 votos a 26, os EUA se tornaram o único dos dois países que reconhecem possuir armas químicas a ratificar o acordo para bani-las antes de sua entrada em vigor, no próximo dia 29. O outro país que admite possuir armas químicas é a Rússia, cujo Parlamento adiou ontem a votação do acordo.
A vitória do presidente Bill Clinton no Senado foi difícil e conseguida após várias concessões e a intervenção a seu favor de Bob Dole, candidato derrotado na eleição presidencial de 1996. Dole, que foi o líder da oposição no Senado até a campanha do ano passado, ajudou a conquistar vários dos 29 votos dos senadores de seu partido, inclusive o do atual líder, Trent Lott.
Clinton saudou a apertada vitória (eram necessários dois terços dos cem senadores para o acordo ser aprovado) com um discurso na Casa Branca, sede do governo norte-americano, no início da madrugada de ontem. "Essa é uma indicação do que nós podemos fazer quando trabalhamos juntos pelo interesse nacional", disse, dirigindo-se aos líderes da oposição.
Entre os países que possivelmente possuem armas químicas, apenas Índia, Japão e África do Sul já haviam ratificado o acordo, que foi assinado em 1993, após 20 anos de negociações, por 164 nações. Destas, só 75 o ratificaram, entre eles o Brasil.
Entre os países que nem mesmo assinaram o acordo estão Irã, Iraque, Líbia, Coréia do Norte e Síria, também prováveis detentores de armas químicas.
Os principais argumentos dos senadores que se opuseram à ratificação eram que os EUA ficarão à mercê dos países que não assinaram o acordo e que seu cumprimento é inverificável.
Clinton enviou ao Senado carta em que promete retirar os EUA do acordo caso haja evidências de que outros países possam estar usando armas químicas para ameaçar a segurança dos EUA. Essa carta foi o argumento usado por Lott, que se opunha à ratificação, para mudar de posição e aprová-lo.

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