São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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FHC e Menem vão assinar acordo sobre veículos hoje

DENISE CHRISPIM MARIN
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Carlos Menem (Argentina) assinam hoje acordo que permite a entrada no Brasil, em condições mais favoráveis e até o final de 1999, de 116,92 mil veículos produzidos no país vizinho.
O acordo deve colocar um ponto final em uma divergência que já se arrasta há mais de um ano. Prevê que a Argentina poderá colocar 8.000 automóveis da montadora Peugeot -que não está instalada no Brasil- no mercado brasileiro durante este ano.
A Folha apurou que, para 98 e 99, haverá um mecanismo que permitirá o aumento de 30% da quantia que essa montadora conseguir colocar no Brasil.
Além disso, o Brasil vai ceder e autorizar a importação de até 85 mil automóveis argentinos -de todas as marcas produzidas naquele país- até o final de 1999.
Desse volume, 30 mil serão de carros da Peugeot e cerca de 10 mil, da Renault. O restante será distribuído entre as outras marcas.
Essas importações estarão fora das exigências previstas pelos regimes automotivos dos dois países.
Isso significa que as montadoras brasileiras não terão direito de exportar para a Argentina volume semelhante de veículos nas mesmas condições favorecidas.
O volume de 85 mil automóveis corresponde a cerca de US$ 850 milhões -o déficit argentino no comércio bilateral de veículos com o Brasil entre 1992 e 1994. Foi definido em compromisso bilateral assinado em janeiro do ano passado.
A Folha apurou que não há perspectiva que as montadoras argentinas consigam atrair demanda para tal volume de automóveis.
O acordo, de fato, é visto como uma fantasia que serve para abafar os protestos da Argentina -o principal sócio do Brasil no Mercosul e um dos melhores mercados dos automóveis brasileiros.
A implementação do acordo depende da decisão argentina de ceder e derrubar as limitações à entrada de cinco produtos brasileiros no país vizinho -café solúvel, couro, têxteis, pneus e açúcar.

LEIA MAIS sobre Mercosul à pág. 2-13

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