São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Critério comercial também define compra

DA SUCURSAL DO RIO

O crescimento do império televisivo da Igreja Universal do Reino de Deus segue dois critérios: o comercial e o religioso.
Dermeval Gonçalves, principal executivo do grupo Record, define as aquisições como de interesse comercial, mas algumas compras são feitas apenas por interesse religioso. A igreja, por exemplo, vai disputar a concessão em Santarém a pedido do bispo local.
A legislação de telecomunicações proíbe grupos religiosos e partidos políticos de controlarem emissoras de rádio e televisão, mas todas as igrejas -inclusive a católica- burlam a regra, registrando as emissoras em nome de fundações e de religiosos.
A Universal compra as emissoras em nome de bispos, executivos e parlamentares ligados a ela. A igreja tem um cadastro das pessoas de sua confiança com patrimônio suficiente para justificar a compra perante a Receita Federal.
O cadastro é preparado por uma empresa de consultoria da igreja do bispo Edir Macedo, chamada LM Consultoria.
A Universal considera que desenvolveu um sistema para compra de emissoras à prova de devassas do Fisco. Se houver qualquer possibilidade de questionamento, como ocorreu na concorrência em Recife, ela desiste do negócio.
A igreja considera a mídia eletrônica como o principal instrumento para a divulgação de suas mensagens religiosas. A Universal já detém o controle de 17 emissoras de televisão e 30 de rádio.

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