São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997 |
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Menino foi queimado com soda cáustica Laudo do IC descarta ácido muriático FÁBIO GUIBU
O adolescente acusa policiais militares de o terem agredido e o obrigado a sentar num tanque contendo a substância corrosiva, no dia 8 de fevereiro passado, em Recife. M.F.A. sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus nas nádegas, órgãos genitais, cintura e em parte do abdome. Ele passou 39 dias hospitalizado e foi submetido a três cirurgias para enxerto de pele. Segundo a delegada de Proteção à Criança e ao Adolescente, Jaidete Ferreira, o laudo do Instituto de Criminalística "em nada altera" o andamento do inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar a agressão. Depoimentos evasivos O processo já tem 170 páginas e, até ontem, 21 pessoas haviam sido ouvidas -entre elas sete policias militares envolvidos na ocorrência. Nenhum deles relatou como o adolescente se feriu. Os depoimentos dos policiais, disse a delegada, são evasivos e apontam para a possibilidade de o garoto ter caído no tanque, que tem dois metros de comprimento, 70 centímetros de largura e um metro de altura. "Os policiais têm muito a explicar", disse a delegada. "Não é possível que ninguém tenha visto o que aconteceu com ele", afirmou. M.F.A. foi a única pessoa detida na operação policial. O adolescente foi detido sob acusação de tentativa de furto, por volta das 16h, no jardim de uma empresa de galvanização. Outros dois garotos não-identificados que estavam com ele fugiram. M.F.A., que não tem antecedentes criminais, disse que conheceu os dois meninos no bloco do Galo da Madrugada. Segundo ele, os três colhiam mangas no pátio da empresa, após o desfile, quando a polícia chegou. Texto Anterior: PM fecha boca-de-fumo em Ipanema Próximo Texto: Psiquiatra analisa violência juvenil Índice |
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