São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Rede traz casos que acabaram em pizza

Massacre do Carandiru é lembrado

GISELE RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um grupo de estudantes de jornalismo da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) colocou na Internet, ontem, uma home page que lembra casos considerados "vergonhosos na história recente do Brasil".
Segundo Rachel Botelho, 20, uma das idealizadoras, o objetivo é manter vivos na memória da população casos que "acabaram em ou estão cheirando a pizza".
A home page memoria.net casos que não podem ser esquecidos (www.memoria.net) aborda três episódios: o escândalo dos anões do Orçamento, em 93, a morte dos 111 presos no Pavilhão 9 do Carandiru, em 92, e a violência policial em Diadema, em março deste ano.
Para elaborar a home page, Gustavo Abreu, Juliano Nóbrega, Manuela Minns, Marcelo Ferroni, Maurício Shirokawa, Rachel Botelho e Rafael Kenski basearam-se em textos publicados na Folha, nos jornais "O Estado de S.Paulo" e "Jornal da Tarde" e na revista "Veja".
Alguns deles estão reproduzidos na íntegra. Outros foram cortados. Os estudantes aproveitam para fazer uma crítica ao esquecimento desses casos pelos jornais e pela população.
"Todos ficam revoltados quando a coisa acontece, mas depois ninguém lembra mais. A imprensa deixa de falar, e as pessoas nem sequer reconhecem o nome dos envolvidos nos escândalos", diz Rachel.
O site memoria.net, segundo seus idealizadores, será atualizado a cada 15 dias, e novos casos serão acrescentados. A próxima pasta a ser incluída é sobre o esquema PC, cujo conteúdo ainda está sendo pesquisado.
A página apresenta os estudantes, traz seus endereços de correio eletrônico e uma seção para sugestões e dicas dos internautas de outros casos que não deram em lugar algum.
O problema da página é a falta de textos com a opinião dos estudantes sobre os casos e de um certo trabalho de reportagem para esquentar o conteúdo.
"Não deu para fazer isso em apenas três semanas (tempo que levou para a home page ficar pronta), mas nós ainda vamos melhorar a memoria.net", afirma Rachel.

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