São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997 |
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Paço mostra arte por atacado
CRISTINA GRILLO
Sete exposições coletivas e duas individuais reúnem nomes importantes, como o pintor Manfredo de Souzanetto e o arquiteto Ruy Ohtake, e iniciantes, como um grupo de 24 gravadores de Curitiba. Elas foram organizadas de forma a permitir que o visitante circule pelos dois andares do Paço, prédio histórico construído no século 19 e que abrigou a família imperial em sua chegada ao Brasil, em 1808. "No Limite da Forma" apresenta trabalhos dos artistas brasileiros Manfredo de Souzanetto e Caetano de Almeida e dos alemães Thomas Emde e Thomas Schyonauer. A união resulta interessante: os trabalhos de Souzanetto e Schyonauer se aproximam na forma. Souzanetto mostra "pinturas escultóricas". Schyonauer faz o caminho inverso com suas esculturas em aço e cobre pintadas. Almeida e Emde têm como ponto comum a transparência de suas pinturas. O brasileiro pinta camadas finas de tinta sobre telas de voal sobrepostas. Emde utiliza uma película plástica industrial, sobre a qual deposita a tinta. O arquiteto Ruy Ohtake mostra 40 de seus projetos, entre eles peças de mobiliário. "Fazer móveis foi uma espécie de libertação da arquitetura. Com eles, busco a síntese de meu trabalho", disse Ohtake. "Diários", de Walton Hoffmann, apresenta pinturas sobre tela, papel e um conjunto de pequenos cubos pintados, formando um mosaico. As telas são preenchidas com microdesenhos, criando o que o artista define como "poemas visuais lúdicos". Leila Danziger mostra o projeto "Nomes Próprios", resultado de uma permanência de três meses em Berlim. Lá a artista encontrou seu sobrenome repetido 77 vezes na lista dos judeus alemães mortos em campos de concentração e a partir daí fez seu trabalho. Wanda Pimentel e José Veras mostram pinturas feitas em tinta acrílica. Os dois usam cores fortes e fundos opacos, mostrando objetos e cenas cotidianas. Márcia X. expõe objetos em "Soberba". São seis trabalhos enfocando a relação entre a sexualidade e a religião. Outra das exposições é "Lummens", de Xico Chaves. O artista fez uma instalação que reúne telas, objetos e esculturas, criando uma impressão de fragmentos de uma escavação imaginária. Já no primeiro andar do Paço foi montada a exposição "Gravadores Contemporâneos de Curitiba". Trabalhos de 24 artistas, que iniciaram suas carreiras a partir dos anos 80, estão sendo mostrados. Exposição: conjunto de sete mostras individuais e duas coletivas Onde: Paço Imperial (pça. Quinze de Novembro, 48, centro, tel. 021/533-4407) Quando: até 8 de junho. De terça a domingo, das 12h às 18h30 Quanto: entrada franca Texto Anterior: Vianinha Próximo Texto: MAM exibe prostituição masculina Índice |
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