São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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VOCÊ SABIA?

ERIKA PALOMINO; RONALD VILLARDO
DA REDAÇÃO

A cena tecno se consolida no Rio. São marcos deste momento o sucesso do show do grupo Habitants e a performance do DJ Mau Mau na festa do Mercado Mundo Mix, no último sábado, na cidade.
O estopim da coisa foi em 96, com a abertura da noite After, a primeira dedicada somente ao gênero, que começou de modo instável no extinto clube Bang!. Atualmente funciona em caráter mensal no consolidado espaço da Fundição Progresso. A próxima é amanhã, tendo no som seu mentor, o jovem e esforçado DJ Ricardinho NS, 20, e como convidado o tarimbado paulista Julião.
"A maior dificuldade era fazer uma festa tecno numa cidade de praia", conta Ricardinho, sobre os dramas de colocar as pessoas numa caixa preta fechada no calor carioca e ouvir um som pesado, "que nem de longe elas sabiam do que se tratava", lembra o DJ.
Hoje, nas festas, os primeiros a chegar são justamente os curiosos, aqueles que ouviram falar do que acontece dentro do clube e despencam de pára-quedas, atraídos pelos hypes relativos à cultura tecno. Por volta de 2h30 é que chega o povo que realmente faz a festa, já animado para dançar.
Formam o núcleo desta cena Marcio, Rosana, Alessandro (que fez o maravilhoso flyer de amanhã; onde no Rio flyer vira "filipeta"), Luciano, Cristiana, Aranha, Patricia Lobo, Bruno, Flavia, Rafa, Ricardo, Fabio, André, Luciane, Anielle, Zaida e Cris, Lucia, Camila & Camila, Cassia e Athria (que chegou a tatuar o símbolo do After -uma hélice- na cabeça, no melhor estilo da Nação Hell's), junto a nomes como o do jornalista Helio Hara, antigo defensor do tecno na cidade.
O funcionamento é mais ou menos o mesmo de São Paulo. As meninas usam pouca roupa, quase sempre preta, com coturnos (no Rio chamado boot), meias, tatoos e piercings. Da mesma forma, os homens ganham ainda registro de skate e rock.
Roberta Spirini, 20, é uma das tops do novo front carioca. Há quatro anos descobriu o tecno e não quer saber de dançar mais nada: "Quanto mais pesado, melhor", diz.
E a cena cresce. A cada 15 dias (hoje tem!) acontece a festa Oops!, de um grupo denominado Technofriends (r. Muniz Barreto, 448). Dia 16 deste mês estréia a noite Zombie, na Universidade Federal Fluminense (av. Visconde do Rio Branco, 625), em Niterói.
(ERIKA PALOMINO E RONALD VILLARDO)

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