São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Conservadores querem sucessão 'calma'

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

Os conservadores devem enfrentar a partir de hoje um confronto interno pela liderança do partido.
A hipótese mais provável é que John Major permaneça na liderança da agremiação até ao menos o meio do ano, para que a sucessão ocorra da maneira mais tranquila possível.
A atmosfera, porém, deve ser de hostilidade -como já mostrava nos últimos dias o clima antecipado de derrota que se instalou na cúpula do Partido Conservador.
Se Major renunciar, os confrontos internos do partido, presentes durante a campanha eleitoral, devem vir à tona com toda força.
Favoritos
"Seria uma situação sangrenta", prevê Ivor Crewe, professor de Governo na Universidade de Essex. "Haveria duas guerras civis: uma entre a esquerda e a direita e outra no interior dessas facções do partido."
Kenneth Clarke, responsável pela condução da política econômica do governo, alertou que o partido pareceria "ridículo" perante o eleitorado se procurasse "bodes expiatórios" para a derrota.
Clarke é um dos possíveis candidatos à sucessão de Major, representando a ala mais à esquerda do Partido Conservador.
Os favoritos para ocupar a liderança são o vice-premiê do gabinete de Major, Michael Heseltine, mais ao centro, e o secretário de Defesa, Michael Portillo, o candidato preferencial da direita.
Portillo deve pressionar por uma sucessão rápida. Acredita-se que uma vitória da direita possa gerar um racha no partido, com a saída de cerca de dez parlamentares.
Com Heseltine, a sucessão seria mais tranquila, mas sua candidatura ainda não é certa. Ele estaria estudando proposta de dirigir uma empresa e abandonar, ao menos por agora, a política.
Opção de Hong Kong
Se Major pudesse escolher seu sucessor, ele seria o governador de Hong Kong, Chris Patten. O principal problema é que ele não ocupa uma vaga no Parlamento.
Se sua candidatura for em frente, Patten pode concorrer a alguma das eleições regionais que devem ocorrer após 30 de junho, quando termina seu mandato. A colônia britânica será devolvida à administração chinesa em 1º de julho.
Outros possíveis sucessores de Major, com menor chance, são o secretário do Interior, Michael Howard, e William Hague, secretário para o País de Gales.
Corretores de apostas já estão aceitando palpites sobre o resultado da corrida pelo poder no Partido Conservador.

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