São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Venda da Vale; Dois mais dois; Pasta da Segurança Pública; Unificação das polícias; Crime em Brasília; Respeito pelas instituições; Tarifas; Provão

Venda da Vale
"Os autores das medidas judiciais com que a oposição ao governo FHC está procurando opor obstáculos à venda da Vale estão seguríssimos de que ao cabo a Vale será vendida, mas abrem mão gostosamente de um procedimento digno para obter na mídia seus 15 minutos de fama.
Outra espécie que nos causa o episódio: como é frágil e despreparada a Justiça! Se para ela isso constitui o exercício de um direito, ela além de cega é burra."
Edgard de Silvio Faria (São Paulo, SP)
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"Brilhante Adilson Dallari, o Bandeira de Mello agora virou chicanista. De qualquer maneira, acho bom o sr. condenar essa prática. Agradeço pela informação, pois agora tenho um novo tratamento para o governo federal, o maior chicanista do país.
Quando for escrever ao PSDB para condenar essa prática, me chame que eu também assino. Aliás, tenho a impressão de que o próprio Bandeira assinaria.
Além de nós, o Dalmo e todos os servidores públicos do país que sofrem com a chicanice de Fernando Henrique.
Ah, o sr. não tem aí um adjetivo pro Serjão?"
Démerson Dias (São Paulo, SP)
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"Se se consumar a venda da Vale do Rio Doce, o Brasil deixará de existir como nação. Será apenas uma grande extensão de terra, cercada e habitada por um povo que fala o português, mas jamais uma nação.
E aí serei obrigado a concluir que nós realmente não merecemos o país que temos.
A entrega de nossas riquezas, com a nossa complacência, prova a nossa falta absoluta de valor moral. E um povo sem fibra merece ser destruído."
Carlos Cristóvão de Alencar (Rio de Janeiro, RJ)
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"A mais convincente propaganda a favor da privatização da Vale já vista é a parada dos políticos contra, apresentada na TV pelo PMDB e PDT."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)
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"Admitindo-se corretos os argumentos do governo para a privatização da Vale, deveria haver a mesma determinação para privatizar o Banco do Brasil e o Banespa.
A Vale não dá prejuízo. Só nos dois últimos anos, o rombo do BB está em torno de R$ 15 bilhões. Quanto ao Banespa, está morto -melhor fechar!"
Mario Raul Zanella (Florianópolis, SC)
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"Nos caso das privatizações, o importante é que o governo, ao deixar de ser empresário, se torne um excelente gestor dos bens públicos. No caso da Vale ou dos minérios em geral, é importantíssimo que o governo não mais permita a exportação 'in natura', como sempre foi feito até hoje.
Se nossas riquezas minerais forem industrializadas aqui, vamos gerar mais divisas, mais saldo positivo na balança, mais renda, mais empregos, mais riquezas e com muita chance de transformar este grande país em uma grande nação."
Antonio Gláucio Thomaz (Campo Grande, MS)

Dois mais dois
"Analisando alguns números do governo FHC: gasto com Sivam, R$ 1,5 bilhão, rejeitando alternativa de R$ 300 mil; aplicação de R$ 5 bilhões do Proer para sanear o Bamerindus, posteriormente vendido por R$ 1 bilhão; preço da Vale estipulado em R$ 10 bilhões, quando suas reservas somam cerca de R$ 500 bilhões; sucessivos déficits na balança comercial.
Conclusão: o pessoal da área econômica faz de conta que não sabe fazer contas!"
Emanuel Jorge de Almeida Cancella (Rio de Janeiro, RJ)

Pasta da Segurança Pública
"Em relação à reportagem publicada em 30/4, o presidente da Cosesp, jornalista João Leite Neto, desmente que em algum momento tenha cobiçado a pasta da Segurança Pública do Estado de São Paulo e muito menos 'ter anunciado', mesmo informalmente, como afirma a reportagem, ter sido escolhido para assumir a pasta da Segurança Pública do Estado de São Paulo."
Ednei Pipino, assessor de imprensa da Cosesp -Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Unificação das polícias
"O modelo de segurança pública do país tem de ser revisto prementemente, inclusive com a discussão da unificação das polícias.
Tal deve ser feito despindo-se do corporativismo e da hipocrisia, visando unicamente a população destinatária da prestação dos serviços policiais, devendo-se redefinir as funções de todos os segmentos policiais.
É necessário modificar a estrutura policial vigente com a desmilitarização da polícia, tornando-a civil, pelo seu caráter intrínseco."
Márcio de Castro Nilsson (São Paulo, SP)

Crime em Brasília
"Perdoem-nos, índios, pela barbárie. Perdoem-nos por serem eles, os assassinos, gente de nossa nação. Perdoem-nos, quem sabe, por estarmos enraizando em nossa cultura esse tipo de barbárie.
Quem sabe vocês não possam nos colonizar, nos catequizar, nos fazer entender o que é respeito ao ser humano!? Quem sabe vocês possam nos dar o senso de justiça?
Não sabemos viver em sociedade. Não fomos colonizados, não somos catequizados. Somos, sim, selvagens, violentos e perigosos."
Eduardo Grizendi (São Paulo, SP)

Respeito pelas instituições
"Estivadores que conhecem a Lei dos Portos (ao menos o parágrafo único do art. 56) acreditam que a lei foi escrita de um jeito e está sendo interpretada de outro. Muitos já suspeitam que o Judiciário trata pobres e ricos de modo diferente.
Se a situação na Cosipa provar que o princípio da legalidade nunca funciona contra o poder da riqueza, essas pessoas perderão o respeito pelas instituições."
Sérgio Ferreira (Santos, SP)

Tarifas
"Um jornal a serviço da ingenuidade. É isso que sugere a leitura do editorial 'O conto das tarifas' (de 14/3).
O Conselho Editorial da Folha não sabia que os interesses econômicos privados dos novos acionistas das empresas desestatizadas redundariam em aumento das tarifas?
E, se já sabia que 'empresas privadas visando ao lucro não têm interesse em manter uma estrutura de custos que subsidie o usuário de baixa renda', por que então vem defendendo a política de privatizações desde o seu início?
Não é o caso, agora, de o jornal declarar-se insuspeito para criticar porque apoiou e sim de admitir que tem sua parcela de responsabilidade e culpa pelos aumentos das tarifas elétricas e telefônicas."
Paulo Roberto Pereira Raymundo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - O editorial defendeu que "quando se trata de necessidades fundamentais, os regimes de privatização devem sempre prever mecanismos de fiscalização que regulem a oferta de tais serviços".

Provão
"Quando saiu a lista com o resultado do provão do MEC ficamos ansiosos para conhecer o resultado.
Garanto que os próprios estudantes que boicotaram a avaliação também correram para verificar a lista.
Duvido que os alunos da Poli/USP tenham permanecido indiferentes à lista. Uma pena.
Espero que percebam que o boicote só atrapalhou uma avaliação séria de nossas universidades.
Nós, de Maringá, estamos orgulhosos de nossa universidade estadual, cujo curso de engenharia civil recebeu conceito A. O caminho é este."
Vera Jock Piva (Maringá, PR)

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