São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997
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Francês é rude na aparência, mas agrada na intimidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Se o italiano e o espanhol não são grosseiros, os franceses, bem, ninguém entre as consultadas se arriscou a dizer que eles sejam propriamente amáveis. Nem mesmo suas amantes confessas.
"O francês é rude, mas só na aparência", diz a gerente de loja Patrícia Martins, 32, que já namorou com três franceses.
Ela acredita que o jeito aparentemente estúpido de ser "é só defesa". Patrícia tem uma teoria.
"Eles são muito sofisticados na estética, no paladar, no modo de se vestir, e quando topam com alguém que não reconhece nada disso, soltam os cachorros", diz.
Com ela, nunca aconteceu. "Na verdade, os franceses são altamente domesticáveis", diz. "Têm alma de cozinheiro e amor à família."
Família é algo difícil de constituir com um israelense, segundo a expert Sílvia Pogorelski, 37.
"Eles são belos e viris, mas, mesmo para uma judia como eu, é difícil estabelecer com os israelenses relacionamentos duradouros."
Sílvia diz que sua preferência por israelenses não tem nada a ver com a religião."Gosto dos árabes do mesmo jeito", afirma.
Para Sílvia, a diferença está na cama. "Difícil encontrar um homem versátil e sem impedimentos como os judeus de Israel."
Sílvia viaja muito e diz que, por coincidência, sempre "esbarra" com um israelense. "Nos EUA, por exemplo, raramente namorei americanos", diz.
Os americanos são especiais. "Eles agradam algumas mulheres pelo mesmo motivo que desagradam outras: aquele jeito bobo-alegre de ser", acredita a estudante Ana Luiza de Freitas, 25.
Ela está no grupo das que gostam dos americanos. "Adoro aquela capacidade que eles tem de transformar tudo em filme", diz ela.
Ana Luiza namora americanos desde a adolescência. "Fiz intercâmbio e morei lá", diz. "Aprendi a fazer romance à americana."
A empresária Patrícia Castro, 31, está no outro grupo. "Pega até mal dizer que namorou americano."
Patrícia prefere os europeus. "Gosto dos holandeses. O povo diz que eles são distantes, mas eu me surpreendi: tive um namorado sensual, arrojado, animado."
Outra que se surpreendeu, só que com um austríaco, foi a gerente de vendas Lucimara de Oliveira, 30. Ela se casou há quatro anos com o designer de carros Thomas Wesseley, 34, que conheceu em Maresias (litoral norte de SP).
"Foi amor à primeira vista", conta Lucimara, que sempre namorou estrangeiros.
"Eles são muito mais civilizados e gostam de negras, como eu."
No caso de Wesseley, Lucimara diz que teve sorte. "Ele pode parecer frio mas, se bem aquecido, incendeia", garante.
Austríacos são "incineraráveis", mas os chineses, nem sempre. "Eles tem outras qualidades, diferentes do que a gente está acostumada no Brasil", conta a maquiadora Regina Endres, 34, que foi casada por sete anos com um chinês que ela conheceu em Hong Kong. "Ele era dedicado, amoroso, zen", diz. "Fui muito feliz."

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