São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Agricultura ganha aliados no espaço

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O futuro do cultivo da terra vem do espaço. Mais especificamente, de dezenas de satélites que refletem as ondas de pequenos aparelhos GPS (Sistema de Posicionamento Global), antes só usados por militares dos EUA.
Agora instalado em tratores e colheitadeiras, o GPS -associado a um computador- permite fazer um mapeamento preciso e detalhado dos campos de plantio.
Resultado: otimização da adubação e do uso de corretivos e agrotóxicos nas lavouras.
"Com certeza, esse é o futuro da agricultura: determinar metro a metro o nível de fertilidade do solo", aponta Blairo Maggi, maior produtor de soja do país.
Diretor técnico de produção do Grupo Maggi, Wilson José de Souza diz que é possível reduzir em até 17% o uso de fertilizantes, por exemplo, com a ajuda dos satélites.
O funcionamento do GPS não é tão complicado quanto sugere a sigla em inglês que lhe serve de nome. O aparelho emite ondas de rádio que são refletidas por ao menos três satélites.
Por triangulação, a máquina calcula com precisão de metros sua latitude, longitude e altitude.
À localização são agregados dados retirados de amostras do solo daquele trecho.
Assim, o agricultor pode ter um mapa que traduz a fertilidade de sua área em metros quadrados -não mais em hectares.
A vantagem: em vez de calcular, por uma média, o quanto sua plantação precisa de calcário ou adubo, ele vai poder aplicar apenas a quantidade necessária para cada pequeno trecho de solo.
Isso porque o GPS também vai acoplado às máquinas agrícolas na hora de aplicar os fertilizantes e informa à adubadeira a quantidade -e momento- exata que ela deve despejar produtos no solo.
"A mesma coisa acontece com a plantadeira: quanto mais fértil for aquele trecho do terreno, menos sementes serão jogadas e vice-versa", diz o agrônomo Wilson José de Souza.

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