São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997 |
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Sistema reduz em até 25% os custos de produção
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Na pulverização, ele permite fazer o controle das pragas apenas nas manchas onde elas aparecem. "Isso reduz o dano fisiológico da planta causado pelo herbicida", acrescenta. Na hora de colher, o mapa traçado com a ajuda do GPS permite saber a produtividade em 10 m2 ou 1.000 m2. O resultado, com o passar dos anos e das safras, será um mapa de produtividade em áreas cada vez menores. "A tendência é chegar a um controle de fertilidade por centímetro quadrado", exagera Souza. Nos EUA, o aparelho já é usado por produtores com áreas a partir de 200 ha. No Brasil, o aparelho está ainda em fase de lançamento (veja abaixo). E há quem acredite que seu uso será limitado aos grandes produtores. "São necessárias muitas amostras de solo, e a análise de cada uma custa R$ 10", lembra Eduardo Assad, chefe do Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além disso, acrescenta o pesquisador, o GPS requer uma infra-estrutura para poder seu usado: computador, maquinário moderno, mão-de-obra especializada. Atualmente, quem usa essa tecnologia no Brasil, segundo ele, são Incra e Funai, para demarcação de áreas indígenas e assentamentos. O passo seguinte, chegar ao agricultor, depende de pesquisas, diz o pesquisador. Treinamento Máquinas cada vez mais sofisticadas usadas na agricultura de ponta estão mudando o perfil da demanda de mão-de-obra no campo. Escolaridade mais elevada e afinidade com computador passaram a ser requisitos para alguns postos. O Grupo Maggi, por exemplo, está dando preferência para a contratação de trabalhadores ao menos com o 2º grau completo. "Temos colheitadeiras de algodão que custam US$ 280 mil. Para pilotá-las, é preciso no mínimo um técnico agrícola", diz Blairo Maggi. O pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa, acha que a necessidade de habilidades técnicas novas é um fator limitante para o uso do GPS na agricultura, por exemplo. "O problema é ter mão-de-obra qualificada em número suficiente. Precisa saber fazer projeções cartográficas, saber interpretar os dados. Tem muito chão em treinamento de pessoal pela frente", aposta. Blairo Maggi é bem mais otimista. Não prevê problemas com mão-de-obra. "Hoje em dia a garotada parece que já nasceu com um joystick na mão. Incorpora novas tecnologias com muita facilidade." (JRT) Texto Anterior: Como funciona a agricultura de precisão Próximo Texto: Empresa traz ao Brasil máquina adaptada ao GPS Índice |
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