São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Proposta não assegura paz com Buaiz

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A solução do Diretório Nacional do PT sobre Vitor Buaiz não assegura o fim da crise entre o governador do Espírito Santo e a bancada capixaba do partido.
No fim-de-semana, o diretório aprovou a criação de um conselho político, que terá Buaiz, um membro da Executiva da legenda, um da bancada e outro do PT capixaba, para tentar superar o impasse gerado pela oposição que a bancada faz principalmente à reforma administrativa do governador.
No texto, a cúpula petista aponta "dubiedade" de Buaiz em relação às "políticas neoliberais" de Fernando Henrique Cardoso e exige um "enfrentamento político" do governador com o presidente.
Ontem, Buaiz divulgou nota em que tenta minimizar a advertência da direção do PT. No texto, o governador capixaba dilui o conflito, citando que o mesmo ocorre em prefeituras do partido.
Em outro trecho, Buaiz nega dubiedade em relação ao "neoliberalismo" e explica sua boa convivência com FHC. "As minhas relações com o presidente Fernando Henrique Cardoso são de amizade pessoal desde que nos conhecemos na Assembléia Nacional Constituinte", diz o governador.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, admitiu que defendia uma atitude mais dura com Buaiz, embora não tenha dado aval à proposta derrotada de expulsar o governador do partido.
"Eu queria uma nota mais incisiva, mas o Vitor se dispôs a mudar", declarou Dirceu. O dirigente pretendia fixar um prazo-limite para o término do embate entre governador e bancada petista.
No bastidor, persiste o temor sobre uma saída de Buaiz do PT. O partido vai realizar convenção estadual e a ala do governador deve vencer.
Alguns dirigentes temem que Buaiz, fortalecido pela provável vitória, provoque o rompimento e esfacele o PT capixaba.

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