São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Presos fazem 1 refém em Pinheiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Os presos da Cadeia Pública 3, do complexo de Pinheiros (zona oeste de SP), se rebelaram ontem e fizeram um carcereiro como refém.
O número exato de presos na cadeia 3 não foi fornecido pela Polícia Civil. A estimativa era de que mais de 500 presos, um número em torno de 550, estavam dentro do presídio ontem, 150 rebelados.
Os amotinados exigiam banho de sol e a transferência de cerca de 15 detentos já condenados pela Justiça. As cadeias públicas de Pinheiros foram construídas para abrigar pessoas que aguardam julgamento, a fim de desafogar as celas dos distritos policiais.
Enquanto aconteciam as negociações com uma comissão da polícia e do Judiciário, os presos começaram, por volta das 21h, a destruir as instalações do prédio. Eles atearam fogo em colchões e quebraram grades e trancas. Ao chegar ao telhado, retiraram e quebraram telhas.
A Polícia Civil deslocou para a entrada da prisão vários destacamentos especiais, como o Garra e o GOE. A PM também reforçou o efetivo para garantir a segurança no cadeião ao final do motim.
O juiz-corregedor Nélson Biazzi foi negociar com os presos mas não havia acertado a transferência dos detentos para penitenciárias.
Segundo a polícia, esse era o principal entrave para que a rebelião terminasse, pois a exigência do banho de sol já havia sido atendida pela direção da cadeia.
Segundo uma agente carcerária que atendeu a Folha pelo telefone às 22h, àquela hora os presos ainda não haviam conseguido danificar o circuito interno de vídeo que permite à polícia monitorar seus movimentos.
A carcereira, que não quis se identificar, disse que não se podia distinguir, pelas imagens do vídio, se havia estiletes ou outras armas em poder dos presos.
As negociações foram interrompidas no final da noite. Foi chamada a Tropa de Choque para fazer o patrulhando ao redor do presídio.
Os presos diziam que só voltariam a negociar depois de quebrar a cadeia. Até ontem à noite, não havia feridos ou mortos.

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