São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Faculdade usa nota do provão em anúncio

DA REPORTAGEM LOCAL

A Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo, lançou publicidade em jornais dando destaque ao conceito B que seus alunos tiveram nas três carreiras incluídas no provão 96, do MEC (Ministério da Educação e do Desporto).
"Somos a primeira instituição a mencionar o resultado do provão na publicidade, pelo que temos conhecimento", disse ontem a diretora de comunicação e marketing da universidade, Maria Luiza Mesquita Gonçalves.
O anúncio, publicado no fim-de-semana passado, tem como título "Três Bons Resultados" e traz menção ao B tirado em engenharia civil, direito e administração. O texto diz que seus alunos estão entre os 30% melhores do país.
Segundo a diretora de comunicação, a intenção da escola não foi atrair alunos para o vestibular. "Ainda é cedo para isso, porque ele só acontece no final do ano."
Gonçalves diz que a idéia era parabenizar os alunos que deixaram a universidade após se formar. Ela admite, porém, que a publicidade acaba tendo efeito institucional, por promover a escola.
A São Judas, que fica na Mooca (zona leste da capital), teve cerca de três candidatos para cada vaga de engenharia civil e de administração no último vestibular. Em direito, teve perto de seis por vaga.
A engenharia do Mackenzie teve pouco mais de seis candidatos por vaga no vestibular da turma que fez o provão 96. Na administração da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, a procura foi de mais de 14 alunos por vaga.
A São Judas oferece, por ano, 110 vagas em engenharia civil, 630 em direito e 640 em administração.
Boicote suspenso
Nota distribuída ontem pelo Centro Acadêmico Pontes de Miranda, do curso de direito da Universidade de Fortaleza (CE), informa que a entidade de alunos vai deixar de boicotar o provão, devido ao mau resultado obtido em 96.
O direito da Unifor teve 60,6% das pda, do curso de direito da Universidade de Fortaleza (CE), informa que a entidade de alunos vai deixar de boicotar o provão, devido ao mau resultado obtido em 96.
O direito da Unifor teve 60,6% das provas entregues em branco e ficou com avaliação E.
O centro acadêmico afirma que promoveu o boicote por orientação da Federação Nacional dos Estudantes de Direito. Como ele não foi seguido por outras instituições, diz a nota, foram prejudicados "os estudantes que se insurgiram contra o provão".
Os estudantes sustentam que os alunos da Unifor se saem bem em concursos públicos e no exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
A entidade vai orientar os alunos a fazer o próximo exame para mostrar "a verdadeira situação" do curso da Unifor, mas continua contra o provão, que qualifica de "política falha de avaliação".
A direção do centro acadêmico foi procurada ontem, por telefone, mas até as 19h não havia sido localizada.

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