São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997 |
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Dívida e medo causam motim na Detenção
RODRIGO VERGARA
Sem ter como saldar seus débitos, os rebelados queriam transferência para uma penitenciária de Bauru (interior do Estado) para fugir de seus credores. Segundo Lourival Gomes, coordenador da Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo), além das dívidas, parte dos 13 presos rebelados achava que em Bauru, onde há menos presos, a assessoria judiciária seria mais ágil. Segundo um dos reféns libertados, Cláudio Alves da Silva, 39, a maioria das dívidas dos amotinados era com fornecedores de drogas dentro da prisão. A revolta ocorreu no pavilhão 6, mas os dez presos que iniciaram a rebelião eram dos pavilhões 2, 8 e 9. Somaram-se a eles outros três presos do pavilhão 6. "Se o preso em dívida faz a rebelião no próprio pavilhão, seus credores não o deixam sair. Por isso, ele domina o pavilhão vizinho para negociar sua saída do presídio", disse Lourival Gomes. Acordo Depois de negociações, a diretoria da Detenção cedeu e concordou com a transferência. Os presos deixaram o prédio por volta das 16h30, em um carro da prisão, rumo a Bauru, escoltados por outros dois veículos. Com eles, seguiram dois reféns que se prontificaram a ir com os presos, mesmo sob ameaça de estiletes. O comboio chegou a Bauru às 20h15, quando os reféns foram libertados. Gomes disse que o fato de a diretoria ceder não incentivará novas reivindicações do gênero. "Não é um precedente." Quando começou o motim, havia 20 reféns, mas dois foram soltos às 10h30 e às 12h30, porque passaram mal. Fábrica de armas Gomes aproveitou a ocasião para valorizar a decisão do governo de desativar a Detenção e construir novas cadeias. A desativação não tem data marcada. "A Detenção foi construída de forma totalmente errada. Tem muito metal exposto, é uma fábrica de estiletes." LEIA MAIS sobre a rebelião na pág. 2 Texto Anterior: Taxista aprende inglês e espanhol Próximo Texto: Paulo Freire e o jerimum pernambucano Índice |
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