São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Mazzy Star

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

Delicadeza nunca é demais, e o duo sediado em Los Angeles Mazzy Star é outro desses presentes que caem vez por outra no mundo pop. Seu terceiro disco, "Among My Swan", ganha edição brasileira com cerca de um ano de atraso, como de hábito.
Seu som gravita tranquilo em torno das guitarras e teclados de David Roback e da gaita e vocais adocicados da cantora Hope Sandoval. O eixo é o da pop art em música: Hope oscila entre o timbre de Margo Timmins, dos Cowboy Junkies (sem superá-la), e uma versão infantilizada de Nico, sempre com muita melancolia.
O corpo das canções se aparenta à sofisticação do Sonic Youth, à melancolia de Neil Young e/ou Bob Dylan, ao programa de doçura de bandas como Luna, Yo La Tengo e Low -mas, especialmente, àquelas velhas e sempre cultuadas matrizes da banda sessentista Velvet Underground.
"Rhymes of an Hour" é o exemplo mais perfeito: sua introdução é quase (quer dizer, nem tanto; seria impossível) idêntica à de "Venus in Furs" (67), uma das mais radicais invenções do Velvet.
Mazzy Star, entretanto, é mais manso, mais romântico, mais acomodado. Por conta disso, um certo cansaço pode crescer ao longo do CD, se você tiver alguma pressa ou ansiedade. Mas delicadeza nunca é demais. (PAS)

Disco: Among My Swan
Banda: Mazzy Star
Lançamento: EMI
Quanto: R$ 18, em média

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