São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Dinosaur Jr; Veruca Salt; Marilyn Manson; Smashing Pumpkins; Martin Okasili; Rap da Tribo

PEDRO ALEXANDRE SANCHES

Dinosaur Jr
"Hand It Over" (Wea) chega candidato a CD mais chique da banda americana Dinosaur Jr (e do rock dos 90). J Mascis comanda a banda em vocais tão mais elaborados quanto mais parecidos aos do mestre Neil Young. Assim vão "I Don't Think", a bela suíte youngiana "Alone" ou o country luxuoso "Gettin Rayh". Os arranjos excursionam aqui e ali pela sofisticação ("I'm Insane", "Ikna Yer Insane"). Perfeito para quem não quer novidade, mas quer qualidade.
(PAS)

Veruca Salt
Saudada há pouco como outra possível salvação do rock, a banda de Chicago Veruca Salt mostra que a coisa não era bem assim em "Sight Arms to Hold You" (Universal). As vocalistas Nina e Louis dão o mote para o rock bravinho embalado a incenso e elogios a ser "quadrado" (a não ser -tomara- que seja ironia). "With David Bowie", declaração de amor ao dito cujo, é uma faísca engraçadinha como Bowie jamais comporia (a não ser -tomara- que seja ironia).
(PAS)

Marilyn Manson
Marilyn Manson é o nome de uma banda e de uma persona -a do malucão Brian Warner, que tomou emprestado o nome da Monroe e o sobrenome do Charles- que você pode conhecer, no Brasil, pelo lançamento de "Antichrist Superstar" (Universal). Apesar da produção de Trent Reznor e do deboche andrógino, MM não é muito mais que um Alice Cooper recauchutado, esbanjando raiva adolescente em versos como "estupro o estuprador". Claro que é tudo mentirinha.
(PAS)

Smashing Pumpkins
Muito, mas muito atrasada, chega "Pisces Iscariot", compilação de lados B e inéditos dos Smashing Pumpkins -a gravadora Virgin leva o Prêmio Tartaruga pela agilidade. É tudo aquilo que os fãs já conhecem: Billy Corgan vampirizando as cordas vocais de Mick Jagger, melodias ora muito lentas e melódicas, ora ensurdecedoramente barulhentas. A vantagem é que aquele ar muito conceitual, quase à moda do rock progressivo, de "Mellon Collie" não comparece.
(PAS)

Martin Okasili
A barra rock pesa em "The Invisible History of the Black Celt" (Wea), de Martin Okasili. A faixa de início, "Survival Technique", surpreende pelo que contém de vigor. Aí, o CD vai rodando e você vai percebendo que seu timbre de voz é parecido com o de Peter Gabriel, ou melhor, de Sting. Aí você percebe que as semelhanças com Sting vão bem além. Aí rolam umas baladas engajadas ("Freedom", oh, céus). Aí o laser vai sumindo, sumindo, até virar poeira. Passe a régua.
(PAS)

Rap da Tribo
Enquanto isso, no Brasil... A banda Rap da Tribo estréia com "Sorria" (Continental), equação entre Mamonas Assassinas e Virgulóides em tempo de rap. Mais simplório que os rock-pagodeiros (e menos que os Mamonas), leva alguma vantagem: brinca de pop brega brasileiro ("Sorria", "Meteóro do Amor" -sim, com acento no "o") com respeito indisfarçado, canta as maravilhas da tubaína, não faz letras machistas ou racistas. Mas o fermento é a pasteurização.
(PAS)

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