São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Confrontos entre mineiros e polícia no Chile ferem dez

Manifestantes querem melhores indenizações por dispensa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de mil mineiros e a polícia chilena travaram ontem violentas batalhas nas ruas centrais da capital do país, Santiago. Segundo a polícia, 28 manifestantes foram detidos e dez ficaram feridos.
Os mineiros, desempregados após o fechamento da centenária mina de Lota (550 km ao sul de Santiago), chegaram à capital para reivindicar melhores indenizações da estatal Empresa Nacional do Carvão, que os empregava.
Lota, um dos berços do sindicalismo chileno e símbolo da resistência às políticas neoliberais do atual governo, vinha dando prejuízos havia vários anos.
Os manifestantes pretendiam marchar até a sede do governo, o Palácio de La Moneda, e ali acampar para ver atendidas as suas reivindicações.
Os confrontos ocorreram na avenida central Bernardo O'Higgins e imediações, no caminho para La Moneda.
A polícia formou barricadas para impedir a passagem dos manifestantes. Os conflitos se iniciaram quando os mineiros tentaram romper as barreiras policiais.
Na batalha, de pedras e atiradeiras dos manifestantes contra jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo da polícia, ao menos dez pessoas ficaram feridas.
Segundo informação da polícia, 28 mineiros foram detidos em meio aos enfrentamentos.
Longe dos tumultos, os líderes dos mineiros conseguiram ser recebidos em La Moneda pelo subsecretário do Interior, Belisario Velasco. O presidente do país, Eduardo Frei, não se encontrava na capital. O governo, porém, reiterou que sua proposta de indenização continua inalterada.

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