São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Governo Blair anuncia 'recomeço' com UE

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

O Reino Unido encerrou ontem um período de quase 20 anos de hostilidade em relação à União Européia. O ministro para a UE do governo de Tony Blair, Doug Henderson, prometeu um "novo começo" no relacionamento entre as duas partes.
"Queremos trabalhar com vocês como colegas com um objetivo comum, sem usar a linguagem de oponentes", disse Henderson em Bruxelas (Bélgica), onde representantes dos 15 membros estão negociando o novo tratado da UE.
O documento deve ser ratificado em reunião no dia 15 de junho pelos governantes dos países da UE. Foi o primeiro encontro com a participação de representante do novo governo britânico desde a vitória trabalhista, na última quinta.
A própria criação de um posto ministerial para tratar de assuntos europeus mostra a importância dada à questão pelo governo do primeiro-ministro Tony Blair.
Henderson disse que a Europa é "uma oportunidade, não uma ameaça" para o Reino Unido. Ele confirmou que o país vai assinar as cláusulas sociais do tratado da UE.
Apesar dos avanços, o novo chanceler, Robin Cook, afirmou que o Reino Unido dificilmente estará entre os primeiros países a adotar o euro, a moeda única européia, em 1999.
O impacto da adesão às cláusulas sociais deve ser pequeno, pelo menos por enquanto. Apenas dois itens das cláusulas têm aplicação obrigatória.
Um determina que pais tenham direito a três meses de licença paternidade remunerada. O outro cria conselhos de trabalhadores em empresas multinacionais.
Para os conservadores, as medidas abrem as portas para outras expansões dos direitos trabalhistas que, segundo eles, vão causar desemprego no Reino Unido.
John Redwood, representante da ala direita do Partido Conservador, disse ontem que a nova postura em relação à UE é "um erro".
Redwood deve anunciar hoje sua candidatura à liderança do partido. O ex-premiê John Major anunciou a decisão de deixar o cargo depois da derrota eleitoral.
O ex-ministro da Economia Kenneth Clarke, pró-europeu, e o ex-ministro da Seguridade Social John Lilley, "eurocético", também lutam pela vaga.
O ex-vice-premiê Michael Heseltine, considerado um dos poucos nomes capazes de unir o partido, desistiu de concorrer por causa de problemas cardíacos.
Um porta-voz confirmou que Blair e Bill Clinton vão se encontrar no dia 28 em Haia, na Holanda. Eles vão participar de cerimônia para comemorar os 50 anos do Plano Marshall, implantado por Franklin Roosevelt para permitir a recuperação econômica dos países europeus no pós-guerra.

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