São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Ferrari completa hoje 50 anos de pista

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Há exatos 50 anos, um engenheiro italiano realizava seu sonho. Colocava em competição, pela primeira vez, um carro que levava seu nome na carroceria.
Era 11 de maio de 1947. O modelo, batizado 125 Sport, um 12 cilindros de 1.500 cc, pilotado por Franco Cortese, não completou a corrida no circuito de Piacenza.
Duas semanas mais tarde, no entanto, Cortese disputou o Grande Prêmio de Roma. Venceu com facilidade. E deu início ao maior mito do automobilismo mundial: a Scuderia Ferrari.
Desde então, o time criado por Enzo Ferrari conquistou nove títulos mundiais de pilotos e oito de construtores na F-1. A equipe ainda se vangloria, com razão, de 14 campeonatos de marcas, nove vitórias em Le Mans, oito Mille Miglia e sete Targa Florio, três provas européias cheias de história.
Mais do que isso, criou uma imagem única nas ruas e estradas. Poucos carros têm a excelência técnica e a sofisticação da Ferrari.
Sem falar que talvez seja o único do mundo a ter cor própria, o vermelho, que surgiu como obrigação no início do século.
A Federação Internacional de Automobilismo designava cores para os carros com o intuito de identificar os países dos concorrentes. Para Itália, vermelho.
Naquele tempo, Enzo Ferrari já tinha sua escuderia, fundada em 1929, em Modena. Mas ainda não fabricava carros. Preparava modelos de corrida da Alfa Romeo.
Em 1938, acabou se tornando o diretor de provas da Alfa Corse para, em 1940, montar seu negócio próprio, a Auto Avio Construzioni Ferrari, que manufaturava ferramentas, como prensas hidráulicas.
A saída da Alfa foi traumática, e Enzo foi proibido de construir carros de corrida que portassem seu nome por quatro anos.
Mesmo assim, a companhia começou a desenhar um protótipo, aberto, de oito cilindros e 1.500 cc, que acabou sendo identificado pelo número 815. O objetivo era participar da Mille Miglia de 1940.
Mas a 2ª Guerra Mundial impediu a corrida. Em 1943, Enzo trocou Modena por Maranello, onde o negócio de ferramentas durou mais um ano, até que a fábrica foi bombardeada pelos aliados.
Ao final do conflito, em 1945, a companhia assumiu o nome Ferrari e iniciou a construção do 125, que Cortese estreou em Piacenza.
Em 1969, Enzo vendeu metade do seu negócio para a gigante italiana Fiat, que acabaria por engolir toda a equipe em 1988, ano em que o "commendatore', como era chamado, morreu. Tinha 90 anos.
Por seu escritório passaram os melhores, de Fangio a Lauda, de Ickx a Villeneuve. E dois brasileiros: Chico Landi, nos anos 50, e José Carlos Pace, que guiou os prototipos da equipe no início dos 70.

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