São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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'Esquecidos' da categoria buscam espaço

FÁBIO SEIXAS
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Nem só de Andrettis, Vassers e Unsers é feita a Indy.
Enquanto os pilotos vencedores monopolizam a atenção da torcida e da mídia, um grupo à parte passa despercebido pela área dos boxes.
São os "Joões" da Indy. Os que raramente são requisitados para autógrafos, nunca tiram fotografias com fãs, nem aparecem nas imagens do pódio.
Na Rio 400, hoje à tarde, em Jacarepaguá, o time dos pilotos "esquecidos" é formado por Patrick Carpentier, Juan Fangio 2º, Richie Hearn, Michel Jourdain Jr., Paul Jasper, Arnd Meier, PJ Jones e Hiro Matsushita.
Mesmo desconhecidos do público brasileiro, todos dizer ter uma torcida fiel em seus países. Outro ponto em comum são as histórias de vida, inusitadas.
"Fui vice-campeão de F-3 no meu país", diz o alemão Arnd Meier, 24, da Project Indy. "Lá, eu sou reconhecido."
Meier fechou contrato para disputar 10 das 17 etapas da temporada, revezando com outro "João", o norte-americano Dennis Vitolo.
"Ainda não dei um autógrafo aqui no Rio. Mas não tem problema, estou apenas começando."
Meditação
O canadense Patrick Carpentier, 25, da Bettenhausen, tem opinião semelhante. "É meu primeiro ano na Indy. Ainda não recebo a mesma atenção dispensada ao Andretti ou ao Unser."
Contrastando com a velocidade que mostra na pista, o piloto se autodenomina "Zen".
Pintou no capacete um desenho do templo de Shaolin, construção chinesa do século 7. "Faço meditação todas as manhãs. Isso me ajuda nas corridas", disse.
Carpentier também pratica artes marciais, toca bateria e "brinca" com computação gráfica.
Quatro pilotos do time de "Joões" entraram no automobilismo seguindo os passos de alguém da família.
O argentino Juan Fangio 2º, da All American Racers, é sobrinho do único pentacampeão da F-1, Juan Manuel Fangio.
Seu colega de equipe, PJ Jones (EUA), é filho de Parnelli Jones, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 63. O mexicano Michel Jourdain Jr. tenta seguir a carreira do pai e do tio Bernard, que correram nos anos 80.
Com Richie Hearn, então, a dose é dupla. Seu pai, Richard, e sua mãe, Christy, competiam juntos em corridas de Corvette nos EUA.
Ele diz que sua mãe disputou algumas provas durante a gravidez. "Teve que parar quando o cinto de segurança não cabia mais."
O piloto cultiva gostos exóticos. Em sua casa, tem um iguana chamada Eddie e um cachorro sharpei de nome George.

NA TV - Rio 400, às 13h, no SBT

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