São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Índice
Rá-Tim-Bum agrada mesclando TV e teatro
MÔNICA RODRIGUES COSTA
O que chama a atenção, de imediato, é a criatividade de alguns recursos da direção, de Mira Haar. São detalhes, como as aparições dos personagens-bonecos nas sacadas laterais do teatro. Ou em momentos de curta duração, como o da aparição de Curupira simultaneamente em três lugares diferentes do teatro. Ainda, no bom uso do vídeo no palco, que incorpora à história os personagens Tíbio e Perônio. Eles só aparecem na tela de comunicação do castelo. Adultos e crianças já estão acostumados e são conhecedores do enredo da montagem, que funciona como uma espécie de réplica ampliada do programa homônimo da Rede Cultura. A aventura do aprendiz de feiticeiro Nino (Cassio Scapin) e das crianças -Pedro, Biba e Zequinha- muda ligeiramente. Desta vez, eles tratam de ajudar a cobra Celeste a ganhar braços e pernas -o maior sonho da serpente. O mote dado no título, "Onde Está o Nino", portanto, fica deslocado, pois não é esse o assunto da peça. O personagem só some um pouquinho. Embora isso não tenha importância para o resultado do trabalho, chamou a atenção das crianças que estavam próximas quando fui ao teatro. "O Teatro do Castelo Rá-Tim-Bum" fica entre os meios TV e teatro, começando pela retomada da história no palco. É difícil livrar-se do padrão televisivo conquistado pela produção da Rede Cultura, tanto quanto ao texto, quanto à representação. Talvez, alguns espectadores desejassem mais, ou seja, preferissem ver uma história diferente, com a linguagem dramática em primeiro plano. Na telinha, os atores aparecem de forma intimista, muitas vezes em closes, em cenas delimitadas. No palco, são vistos por inteiro e isso faz diferença, pois o trabalho de representação se revela. Mira Haar consegue compensar a falta de experiência de palco dos adolescentes que participam da montagem (Luciano Amaral, Cynthia Raquel e Fredy Állan) com marcações rigorosas e coreografias que funcionam -afinal, trata-se de um musical. Mas os trabalhos, mesmo, de atores, ficam nas mãos, ou melhor, nos gestos e presenças, de Scapin e Cleide Queiroz, que faz a bruxa Lordana. Peça: O Teatro do Castelo Rá-Tim-Bum, em Onde Está o Nino Autor: Flavio de Souza Direção: Mira Haar Elenco: Cassio Scapin e outros Onde: Teatro do Tuca (r. Monte Alegre, 1.024, tel. 873-3422) Quando: sáb., às 16h, e dom., às 11h e 16h Quanto: R$ 20,00 Texto Anterior: Guia da Folha SP Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |