São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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Número de presos em SP cresce 8% em 96

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de presos encarcerados em penitenciárias de São Paulo cresceu 8,03% entre os censos de 95, concluído em março daquele ano, e o balanço elaborado em 31 de dezembro passado.
No mesmo período, o contingente de agentes penitenciários trabalhando na área de segurança dos presídios caiu 11,3%.
Em outros números, em 95 havia 30.899 presos para 9.558 agentes de segurança. No ano passado, a relação era de 8.477 agentes para tomar conta de 33.382 presos.
Os números se referem a presos condenados cumprindo pena em estabelecimentos construídos para isso. Não estão contabilizados aí os 15.453 presos, também condenados, que ocupam DPs e cadeiões do Estado em situação irregular.
A diferença pode ser ainda maior, segundo apurou a Folha. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária, a última contagem de presos, deste mês, aponta 34.675 presos ocupando 24.790 vagas.
Ou seja, em números redondos, há sete presos para cada cinco vagas no sistema.
Já o número de agentes de segurança continua praticamente o mesmo, "em torno de 8 mil", segundo o secretário da Administração Carcerária, João Benedito de Azevedo Marques.
O secretário afirma que o problema já está sendo atacado com os concursos em andamento. Segundo ele, mais de 500 novos agentes devem ser contratados e treinados até junho.
Perfil
Os censos penitenciários foram realizados tomando por base informações prestadas pelas 41 unidades prisionais mantidas pela Secretaria da Administração Penitenciária.
Além da evolução quantitativa, entre os dois levantamentos percebe-se algumas mudanças qualitativas no perfil dos internos. De 95 para cá, cresceu o número de presos que só são alfabetizados. Perfaziam 9% do contingente de presos, e no ano passado subiram para 15%.
A população de analfabetos, por outro lado, caiu de 8% para 7%, assim como o contingente de presos com 1º grau completo, de 18% para 10%.
O desemprego também cresceu entre os presos. Em 95, 40% dos presos estavam regularmente empregados quando foram parar na prisão. No último levantamento, a porcentagem caiu para 31%.
A diferença é compensada pelo aumento de detentos desempregados ou empregados informalmente na data de sua prisão.
Delito
O delito que responde pela maior parte das condenações no Estado (34%) é o roubo qualificado. Significa uma pequena mudança no perfil do condenado, hoje mais violento. Em 95, o roubo simples liderava a estatística (27%).
O roubo qualificado pressupõe um agravante, como o uso de arma de fogo, ou a ocorrência de lesão corporal durante o assalto.
Cresceram ainda as condenações por homicídio qualificado, de 3% para 8%.

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