São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Deputado deve ser cassado, diz ACM

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), defendeu ontem a cassação do mandato do deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) pela Câmara e sua expulsão do partido. ACM cobrou da Câmara a apuração rápida das denúncias de compra de voto publicadas pela Folha e a punição de todos os envolvidos.
"Essas denúncias comprometem a imagem do Congresso se não forem apuradas rapidamente. Se tudo for apurado rapidamente e for comprovado -como me parece que se comprova-, evidentemente o povo espera a cassação imediata. Sendo cassado o mandato, o Congresso cresce na opinião pública", disse ACM.
Segundo ele, se os envolvidos não forem cassados, o Congresso terá "mais desgaste", além do que já vem sofrendo pela demora na punição de outros deputados envolvidos em denúncias de corrupção -Pedrinho Abrão (PPB-GO) e Marquinho Chedid (PSD-SP).
"Se o Congresso não age prontamente quando surge denúncia de corrupção comprovada, ele se desgasta perante a opinião pública. Somos 513 deputados e 81 senadores. Basta um errar para todos ficarem maculados", afirmou.
ACM disse que ele próprio vai propor à direção nacional do PFL a expulsão de Ronivon. Se for comprovado o envolvimento dos outros deputados e do governador Amazonino Mendes (PFL-AM), a expulsão deverá se estender aos demais, na opinião dele. O senador disse que Ronivon deve ser punido porque pelo menos uma coisa já está provada, na sua opinião: o deputado é "leviano" e "anormal".
Apesar de considerar a denúncia "grave", ACM disse que ela não é suficiente para interromper ou atrapalhar a tramitação da emenda da reeleição no Senado. Segundo ele, a emenda será votada pelo plenário no dia 21 (primeiro turno) e 4 de junho (segundo turno).
O presidente do Congresso negou que o fato de cinco deputados estarem sendo acusados de votar a favor da reeleição em troca de R$ 200 mil contamine o processo de votação na Câmara, ao contrário do que diz a oposição.
"Isso é conversa de quem não quer votar a emenda. Você não pode colocar sob suspeição uma votação que teve uma sobra (pró-reeleição) de 30 a 40 votos. A reeleição tem aprovação ampla da maioria da opinião pública e vai passar no Senado em tempo hábil", disse.
Segundo ACM, o processo de tramitação na Câmara acabou e no Senado não há e nem haverá acusações de negociação de apoio. "No Senado, esse assunto inexistiu no passado, inexiste no presente e inexistirá no futuro."

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