São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Editoras criticam avaliação

DA REPORTAGEM LOCAL

Os representantes de algumas editoras ouvidos pela reportagem da Folha criticaram a forma como o MEC avalia os livros didáticos e reivindicaram a participação dos autores e das editoras no processo.
Para Gleuso Damasceno Duarte, diretor editorial da Editora Lê, que tem 27 livros na lista, a avaliação "não é um diálogo de mão dupla".
Ele diz que o MEC nunca coloca o autor do livro frente ao avaliador. "Deveria haver uma discussão entre o parecerista e o autor e não (agir) como se o parecerista fosse infalível", afirma.
O diretor editorial da Editora Ática, que teve 26 livros avaliados, diz que as editoras deveriam ter a possibilidade de dialogar com o MEC antes e depois da avaliação.
"Os avaliadores do MEC se arvoram como os donos absolutos da verdade e são professores como os outros", diz.
Para ele, também seria necessário estabelecer critérios mais claros de avaliação. Ele afirma que, dos 13 erros encontrados pelo MEC no livro "Quero Aprender Ciências", a editora admite a existência de apenas dois.
O gerente de livros didáticos da Casa Publicadora Brasileira, editora pertencente à Igreja Adventista do Sétimo Dia, que teve seis livros excluídos pelo MEC, disse que a editora prefere parar de vender para o governo do que tirar os textos bíblicos de seus livros didáticos.
"A Bíblia é o livro mais lido e mais vendido no mundo. É uma fonte respeitável de citações de moral e conceitos de vida", disse.

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