São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Alca será negociada a partir de 98

CLÓVIS ROSSI
DENISE CHRISPIM MARIN

DENISE CHRISPIM MARIN; CLÓVIS ROSSI
ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE

Único consenso na reunião de Belo Horizonte é marcar novo encontro

A forma de negociar a constituição da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) só será definida, na melhor das hipóteses, no ano que vem, em reunião dos ministros do Comércio dos 34 países da região, já marcada para fevereiro na Costa Rica.
O esboço do texto que essas mesmas autoridades divulgarão sexta-feira, ao terminar o seu encontro em Belo Horizonte, tem consenso apenas em fixar o "lançamento das negociações" para março de 1998, em reunião dos chefes de governo a se realizar no Chile.
Falta definir o quê, exatamente, se vai negociar. E a definição não sairá de Belo Horizonte.
Há duas diferentes formulações para o parágrafo quarto, exatamente o que trata do que negociar. Ambas remetem a definição para o encontro da Costa Rica, em fevereiro, um mês antes, portanto, da cúpula presidencial.
Precedendo ambos os encontros, haverá três reuniões de vice-ministros, na tentativa de eliminar as divergências.
Falta o essencial
A essência da divergência é simples: os EUA gostariam de iniciar, já em 1998, negociações para eliminar as barreiras de toda natureza ao comércio tanto de bens quanto de serviços.
O Mercosul prefere que esse tipo de negociação fique para 2003, para dar mais tempo aos produtores da região para se prepararem para concorrer com a poderosa economia norte-americana.
Antes de abrir mais seus mercados, o Mercosul quer que os EUA se comprometam a reduzir as inúmeras barreiras de diferentes naturezas que impedem a entrada de produtos da região no portentoso mercado norte-americano.
Resumo da história: os 34 países americanos (só falta Cuba) concordam em constituir uma zona de livre comércio a partir de 2005, mas, até agora, passadas quatro reuniões ministeriais e outras tantas vice-ministeriais, não conseguiram acordo sobre como se chegará a ela.
Consequência: o documento de Belo Horizonte vai prever apenas o lançamento de negociações em março de 98, assim mesmo condicionado a que, até lá, estejam definidos os elementos que comporão a negociação (prazos, etapas e objetivos).

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