São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Ipea diz que instrução não influencia na renda do pobre

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O grau de escolaridade não influencia a remuneração da população mais pobre, segundo conclui o estudo "A desigualdade da pobreza: estratégias ocupacionais e diferenciais por gênero", do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O fator que exerce maior influência sobre o salário, de acordo com o trabalho, é a posição do trabalhador no mercado, isto é, o setor e a função que ele ocupa.
Segundo o Ipea, cerca de 50% da população adulta brasileira tem quatro anos ou menos de estudo.
Entre esses trabalhadores, a diferença do menor para o mais alto salário é três vezes maior na indústria metalúrgica do que nos serviços domésticos.
"Essa é uma indicação de que a inserção no mercado de trabalho constitui fator determinante do nível salarial, ao menos para quem tem pouca escolaridade", aponta o estudo.
O presidente do Ipea, Fernando Rezende, disse que essas conclusões do estudo são fundamentais para discutir os meios de combate à pobreza no país.
"Sabemos que não é a educação formal que vai resolver esse problema entre os 80% mais pobres. Agora, temos que debater quais os fatores que podem reverter esse resultado", afirmou.
Segundo o estudo, o nível de instrução é determinante apenas para ter acesso ao grupo dos 20% mais ricos.
Os técnicos do Ipea pesquisaram 19 grupos ocupacionais, entre 83 e 93. Entre os trabalhadores com baixa escolaridade (quatro anos de estudo), o salário médio das mulheres, nesse período, subiu de cerca de 46% do salário dos homens para 52%.
Significa dizer que, entre esses trabalhadores, as mulheres ganham pouco mais da metade do que recebem os homens.

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