São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997 |
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Mendes é vizinho do poder
MÁRIO MAGALHÃES
Ex-presidente da Conaf, Mendes tem um carro Espero (placa LAT 0013), modelo da fábrica coreana Daewoo -preço mínimo de R$ 27 mil. Presidente da CBF, Teixeira é proprietário de uma concessionária Daewoo no Rio. Dois funcionários da entidade, sem se identificar, afirmaram que Mendes comprou o carro na loja do antigo chefe. Teixeira reafirmou ontem que não sabia da suposta candidatura de Ivens a deputado federal, por Minas Gerais. Mas, em dezembro, o projeto de Mendes já era público na CBF. Numa tarde, ele foi à sala de imprensa e falou sobre a candidatura a jornalistas. Afirmou que faria dobradinha com o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, que tentaria uma vaga na Assembléia. Em dezembro, Mendes e Perrela protagonizaram uma festa política na sede do América-MG, em Belo Horizonte. Perrela é um dirigente próximo a Ricardo Teixeira. Em abril de 1995, foi escolhido para chefiar a delegação brasileira num jogo da seleção em Valencia, na Espanha. No Rio, Mendes costumava sair com Teixeira. Várias vezes foram juntos ao El Turf, cervejaria do presidente da CBF. A indicação dos árbitros dos amistosos da seleção promovidos no país, responsabilidade de Mendes, sempre privilegiou nomes da região-sede. A escala era instrumento de relações-públicas da CBF com as federações estaduais. Em fevereiro, em Goiânia, com a Polônia, o juiz foi Antônio Pereira da Silva, da federação local. O primeiro bandeirinha foi Antônio Vidal da Silva. Levantamento da agência "Sport Press" mostra que, dos quatro jogos que Vidal apitou no Campeonato Brasileiro de 96, três foram do Atlético-PR. O presidente do clube paranaense, Mário Celso Petraglia, teve conversas com Mendes gravadas clandestinamente. Mendes dirigiu a arbitragem brasileira entre 84 e 85. Voltou em 1989, após apoiar a campanha de Teixeira. Texto Anterior: Câmara pede fim de sigilo de dirigentes Próximo Texto: Teixeira pede basta às críticas Índice |
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