São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997 |
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Maluf não comenta caso e adia sua volta ao país
CARLOS EDUARDO ALVES
O ex-prefeito paulistano está em Paris. É abastecido por sua assessoria com informações sobre o escândalo e tem telefonado para seus homens de confiança para comentar o caso. Maluf quer esperar mais uns dias, seguindo conselhos de seus marketeiros, para decidir se vale a pena ressuscitar o discurso oposicionista que recitou durante o processo de discussão da emenda da reeleição na Câmara. O raciocínio atual do malufismo é o seguinte: o escândalo atual sepulta de vez os prejuízos sofridos pelo seu grupo pela CPI dos Precatórios. Daí, ser conveniente "exigir rigorosa apuração", como têm feito seus porta-vozes informais no Congresso Nacional. Mas daí a expor Maluf diretamente na tarefa de atacar há uma diferença. A avaliação é que não há como o governo não se desgastar, mesmo que não seja criada uma CPI para investigar as fitas das conversas do deputado Ronivon Santiago (AC). A Maluf caberia, nesse cenário, esperar para ver o tamanho do estrago no quintal governista. Motta Se as investigações comprovarem a participação, por exemplo, do ministro Sérgio Motta (inimigo do ex-prefeito), Maluf deve "soltar a língua" e embarcar na tentativa de anular a tramitação da emenda da reeleição. Depois do sim dos deputados à reeleição, Maluf vinha tentando se recompor com FHC, já que seu projeto presidencial estava praticamente trocado pela disputa da eleição ao governo paulista em 98. Quem conversou com Maluf depois da eclosão do atual escândalo, porém, sentiu no interlocutor uma vaga esperança de entrar novamente no páreo sucessório maior. Problema Outro obstáculo para uma participação mais ostensiva no cerco ao governo é a própria bancada do PPB, que "rachou" na votação da emenda da reeleição. Maluf teme aprofundar a divisão no partido. Na ocasião da votação da emenda na Câmara, o bastidor do PPB fervilhou com boatos que apontavam como suspeitas algumas definições de voto de parlamentares da legenda, tanto do lado dos que votaram sim a FHC quanto dos que seguiram a orientação contrária do ex-prefeito paulistano. Texto Anterior: O absurdo dos juros Próximo Texto: Empresariado quer CPI e teme os efeitos da crise nas reformas Índice |
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