São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mariana Lima se inspira em moradores
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
Ela aproveita as horas de folga conversando com as mulheres do Vale do Jequitinhonha, para obter elementos para Tari, a professora de "Kenoma". Depois do Jequitinhonha, ela viaja com o grupo "Teatro da Vertigem", ainda este ano, para festivais na Escócia e na Dinamarca, onde apresenta "O Livro de Jó". * Agência Folha - Como é a relação de Tari com o resto dos personagens, quase todos homens? Mariana Lima - Ela é filha de uma mulher que trabalhava na casa do Gerônimo (Jonas Bloch), o proprietário de terras. A mãe a abandona, quando tem cinco ou seis anos, e ela fica no local. A consciência do amor acontece para ela quando o Jonas (Enrique Diaz) aparece, mas ela tem também uma relação amorosa com o Lineu (José Dumont) que é maior do que todas as outras. Agência Folha - O que representa para você a metáfora do movimento perpétuo? Lima - Acredito que ela faz sentido de qualquer ponto de vista criativo. A máquina que trabalha por si só seria uma maneira de evitar o trabalho forçado. Agência Folha - Você tem procurado se entrosar com as pessoas do local? Lima - Eu caminho muito quando não estou filmando, umas duas horas por dia. Vou visitando algumas casinhas no caminho, tomando cafezinho. Agência Folha - Mesmo nos casebres mais distantes, onde nem há TV, as pessoas reconhecem você? Lima - Tem gente que não tem televisão. Eles me atendem como atenderiam a qualquer pessoa. Eles têm uma grande facilidade em receber visitantes. Tanto que você fica duas horas e quando fala que vai, eles dizem "vai cedo". É uma dificuldade para sair. Agência Folha - Para você, o que é mais surpreendente no Vale do Jequitinhonha? Lima - Fico mais surpreendida com a miséria do cara que fica largado na rua, doido de crack, na esquina da Bela Cintra com a Augusta (no centro de SP), do que com a miséria dessas pessoas aqui em suas casinhas. Aqui, eu encontrei muitos olhos alegres, maneiras de se relacionar com a enfermidade, por exemplo, muito criativas. Agência Folha - Depois de ficar famosa por conta da novela "O Rei do Gado", quais são seus planos? Lima - Tem um projeto para fazer "Tio Vânia", de Tchecov. Também viajo com "O Livro de Jó" para a Dinamarca e para Edimburgo (Escócia), onde acontecem os festivais de teatro mais importantes do mundo (CHS) Texto Anterior: Kenoma Próximo Texto: José Dumont quer prestar homenagem a homem simples Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |