São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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Oposição entrega pedido de CPI à Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O bloco de oposição (PT, PDT, PSB e PC do B) reapresentou ontem projeto de resolução que cria a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a compra de votos de deputados para aprovar a emenda que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A criação da CPI da Reeleição fechou o dia de ontem com o apoio de 212 deputados federais.
A última assinatura a ser contabilizada foi a do deputado Ezídio Pinheiro (PSDB-RS), que havia retirado seu nome da lista na quinta-feira, mas anunciou ontem que estava recolocando a sua assinatura no projeto.
Antes do anúncio de Ezídio, aderiram à CPI os deputados Affonso Camargo (PFL-PR), Fausto Marcello (PPB-SP) e Germano Rigotto (PMDB-RS), este último ex-líder do governo no Congresso.
Mudanças
Ezídio enviou carta ao líder do PSDB, Aécio Neves (MG), que havia solicitado a retirada da sua assinatura do pedido.
O deputado disse, na carta, que viveu dias de "pesadelo" por ter retirado o apoio à CPI e acrescentou: "É elementar que, se pessoas venderam o seu voto, existem compradores diretamente envolvidos no processo".
Mais seis deputados -quatro deles tucanos- que chegaram a ter seus nomes na lista de apoio ao projeto de abertura da CPI retiraram ontem suas assinaturas: Osvaldo Biolchi (PTB-RS), Darci Coelho (PPB-TO), Alzira Ewerton (AM), Anivaldo Vale (AP), Ronaldo Santos (RJ) e Salomão Cruz (RR).
A oposição vai tentar, a partir de hoje, reunir 257 assinaturas de deputados em apoio à votação do projeto de CPI, pelo plenário da Câmara, em regime de urgência.
Se a urgência for aprovada, vota-se então o projeto e a CPI poderá ser instalada imediatamente.
PFL
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), disse ontem que o partido está preparado para bombardear, em plenário, a instalação, em regime de urgência, de uma CPI para apurar compra de votos para a reeleição.
"Urgência no plenário, o PFL vai rejeitar", afirmou. A oposição precisa de 257 assinaturas para levar o pedido de CPI ao plenário, quando terá de repetir o mesmo número de votos.
O líder disse que o PFL irá apoiar as recomendações da comissão de sindicância que apura o envolvimento de deputados na compra de votos para aprovar a reeleição. Inocêncio, porém, evitou se comprometer com apoio à CPI, caso seja essa a recomendação da comissão: "A CPI não é o caminho".

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