São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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Deep Blue faz mais do que jogar xadrez

RODOLFO LUCENA
EDITOR DE INFORMÁTICA

O supercomputador Deep Blue, que conseguiu derrotar o campeão Gary Kasparov -e agora é novamente desafiado pelo enxadrista- faz mais do que calcular movimentos de bispos, cavalos e dama à alucinante velocidade de 200 milhões de posições por segundo.
Ele é também um campeão para a IBM no terreno mercadológico.
A cobertura que a empresa conseguiu em rádios, jornais e televisões do mundo inteiro -sem falar das 25 milhões de visitas ao seu site durante os dias da contenda- é incalculável. E as ações da IBM subiram depois da vitória.
Mas é no terreno computacional, talvez menos charmoso, que as capacidades do novo campeão são mais apreciadas.
A tecnologia desenvolvida para criar o Deep Blue -combinação de software e maquinário especializados com uma máquina de uso geral- poderá ser aproveitada em áreas comerciais que exigem grande capacidade de cálculo aliada a um certo "raciocínio".
Pesquisa e finanças
Atualmente, três áreas estão sendo analisadas: dinâmica molecular, análise de risco financeiro e suporte à decisão.
A dinâmica molecular é usada pela indústria farmacêutica para descobrir e desenvolver novos remédios. A análise de combinação de moléculas e experimentos nesse terreno exigem grande capacidade computacional.
Com chips criados especificamente para realizar essas tarefas, o trabalho de grandes computadores poderá ser acelerado consideravelmente.
Segundo a IBM, a indústria leva cerca de 12 anos para conseguir trazer um novo remédio ao mercado. Com um sistema especializado, esse tempo poderia ser reduzido para algo entre seis e oito anos.
Outra área nova para cérebros poderosos é a chamada mineração de dados: análise de bancos de dados enormes para tentar descobrir padrões "escondidos" e, assim, facilitar a tomada de decisões. Lojas de departamentos já investem nesse terreno (leia abaixo).
Para completar, bancos, corretoras e outras empresas financeiras também querem um computador que consiga não só fazer cálculos, mas tomar decisões em função desses cálculos.

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