São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997 |
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Oposição cobra CPI para votar reformas
OSWALDO BUARIM JR.
"A prioridade é a instalação da CPI e não a votação das reformas", disse o líder do bloco, deputado Neiva Moreira (PDT-MA). A oposição também constituiu uma comissão de quatro deputados para recolher assinaturas destinadas a pedir urgência para a votação do projeto que cria a CPI. São necessárias 257 assinaturas para a urgência. Os líderes oposicionistas (do PT, PC do B, PDT e PSB) passaram toda a manhã e boa parte da tarde de ontem discutindo a estratégia para forçar o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), a aceitar a instalação da CPI. Temer e os líderes governistas tentam evitar a criação da CPI sobre a compra de votos desde terça-feira da semana passada. Os líderes do PSDB, Aécio Neves (MG), do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), e do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), pediram a vários deputados que retirassem seus nomes da lista de apoio à CPI. No final da manhã, Temer apresentou à oposição proposta para a retomada da votação da reforma administrativa, paralisada na semana passada. A proposta não foi aceita. "A cada dia a lama aumenta mais e só uma CPI poderá drenar esse pântano", disse o deputado Marcelo Déda (PT-SE). Segundo ele, a oposição mostrou a Temer que "ele precisa parar de tratar a compra de votos como se o escândalo fosse na Bolívia, porque o Acre faz parte do Brasil há um século". Apesar da decisão de obstruir as votações da reforma, a oposição demorou a chegar a um acordo interno sobre os procedimentos a adotar para tentar instalar a CPI. Para Luciano Zica (PT-SP), a oposição deve atuar com cautela para não afastar a possibilidade de conseguir, entre governistas, parte das assinaturas necessárias à instalação da CPI em regime de urgência. Texto Anterior: A ciranda dos aumentos Próximo Texto: Oposição tem 210 assinaturas pró-CPI Índice |
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